INFECÇÕES

 

        As infecções do pé em diabéticos, representam um problema médico agudo potencialmente grave, que geralmente requer imediata atenção médica, avaliações diagnósticas apropriadas, várias modalidades terapêuticas e, as vezes, hospitalização. Essas infecções também podem estar associadas a prolongada morbidade, como infecções recorrentes de partes moles, comprometimento ósseo e a necessidade de ressecções cirúrgicas e amputações. Infecções que se iniciam como um pequeno problema podem progredir, tornando-se complicações que ameaçam o membro ou mesmo a vida, especialmente quando não tratadas adequadamente.

        A freqüência relativa da celulite do pé é mais de 9 vezes maior em diabéticos, em comparação com pessoas não diabéticas. Da mesma forma, a osteomielite do pé e tornozelo é responsável por maior proporção de hospitalização de pacientes diabéticos, que as infecções ósseas em outras localizações. Além disso, a proporção relativa de hospitalização por osteomielite do pé é quase 12 vezes maior em diabéticos, em comparação com pessoas não diabéticas.


FISIOPATOLOGIA

       Vários distúrbios fisiológicos e metabólicos, conspiram para causar essas infecções do pé. Existem vários fatores predisponentes, entre eles:

  1. Distúrbios metabólicos;
  2. Deficiência de cicatrização da ferida;
  3. Neuropatia;
  4. Vasculopatia;
  5. Distúrbio imunológico: que estão associados as funções dos neutrófilos, esses incluem anormalidades de migração, de fagocitose, morte intracelular e quimiotaxia;
  6. Cetose: diminui a função dos leucócitos, monócitos;
  7. Deficiência na formação de granuloma;
  8. Pacientes com elevado índice de Staphylococus Aureus na parte anterior das narinas e subseqüentemente na pele. Essa colonização pode predispor a infecções cutâneas com o patógeno virulento quando houver um rompimento da superfície dérmica protetora;
  9. Infecções fúngicas da pele e unha


        Dentre as razões pelas quais a infecção é potencialmente tão grave no pé, está a peculiar anatomia do pé.



Figura 13 - Anatomia do pé


        
A estrutura de vários compartimentos, bainhas tendinosas e feixes neurovasculares, tende a favorecer a disseminação proximal da infecção. O espaço plantar profundo do pé é dividido em compartimentos medial, central e lateral. A infecção pode disseminar-se de um compartimento para o outro, em sua convergencia proximal no calcâneo, ou através da perfuração direta do septo, porém a disseminação lateral ou dorsal é um sinal tardio de infecção.


DIAGNÓSTICO E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

         A infecção deve ser suspeitada diante do primeiro aparecimento de um problema local no pé (dor, edema, ulceração, formação de coleção purulenta ou crepitação), sinais de infecção sistêmica (febre, calafrios, vômitos, taquicardia, confusão e mal estar) ou distúrbios metabólicos (hiperglicemia grave, cetose, azotemia). A idade média dos pacientes é de cerca de 60 anos, e a maioria vinha tendo diabetes há 15 a 20 anos.

       Quase dois terços dos pacientes apresenta evidências de doença vascular periférica (ausência de pulsações podálicas) e cerca de 80% perderam sua sensibilidade protetora (falta de sensibilidade à vibração ou de percepção a uma pressão de 10 gr. com o monofilamento de nylon). Mais da metade de todos os pacientes, incluindo-se aqueles com graves infecções, não apresentam febre, leucocitose ou elevação da velocidade de hemossedimentação.

EPIDEMIOLOGIA DAS ÚLCERAS DO PÉ

AVALIAÇÃO INICIAL DA PELE E FERIDA E MONITORAÇÃO CONTINUA

AVALIAÇÃO RECOMENDADA EM UM PACIENTE DIABÉTICO COM INFECÇÃO DO PÉ

CARACTERÍSTICAS CLINICAS QUE AJUDAM A DEFINIR A GRAVIDADE DE UMA INFECÇÃO

TRATAMENTO DAS INFECÇÕES

 

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