AVALIAÇÃO INICIAL DA PELE E FERIDA E MONITORAÇÃO CONTÍNUA


        Existem três causas principais para as úlceras do pé diabético: pressão, infecção e circulação (PIC).

      A grande maioria é devida ao aumento da pressão causado pela neuropatia. Nos casos típicos, as úlceras neurotrópicas induzidas pela pressão das superfícies plantares dos pés, principalmente sobre as cabeças dos metatarsos, sob o primeiro dedo e no calcanhar.

       Nos pés deformados do tipo charcot, as úlceras da região do pé, intermediária que se desenvolvem sobre as proeminências ósseas, são comuns e difíceis de tratar. Estas lesões costumam começar com um calo ou espessamento do estrato córneo, hemorragia local, formação de bolhas e, por fim, laceração da pele.

      A úlcera da pele, é causada pela perda completa da epiderme, com exposição da derme, dos tecidos subcutâneos e das estruturas profundas em sua base. É importante diferenciar úlcera de erosão, na qual ainda há uma base de epiderme, geralmente acompanhada de hemorragia local.

       A redução da pressão (Biomecânica), é fundamental para o sucesso do tratamento. Isto inclui desbridamento agressivo dos calos, sapatos com profundidade apropriada na região dos dedos e aparelhos ortóticos combinados com monitoração freqüente e contínua, desbridamentos repetidos e modificação da órtese, quando for necessário.

AVALIAÇÃO DA FERIDA

 A avaliação ideal da ferida do pé diabético requer a documentação consistente das características da lesão e é fundamental para a continuidade da assistência, detecção das complicações e tratamento apropriado.

        A base da úlcera deve ser caracterizada: pode ser negra (necrótica), amarelada (fibrótica), rosada (tecido de granulação ou ter uma combinação destas cores). O tecido desvitalizado negro (escara), pode ser macio ou duro. Se a meta for cicatrizar a ferida, este tecido deve ser retirado para estagiar a úlcera e facilitar a cicatrização.

        Em alguns casos, nos quais a meta estabelecida for a paliação ou tratamento conservador, a escara estável pode ser deixada intacta e monitorada cuidadosamente (observação rigorosa). As bases fibróticas amareladas podem ser firmes ou soltas, expondo estruturas profundas como as fáscias ou indicando o tecido de granulação imaturo, irrigação vascular insuficiente ou tecidos destruídos pela infecção. Em geral, são encontrados algumas variações do tecido de granulação.

        O tecido de granulação saudável (vasos sangüíneos e colágeno), tem coloração rosa-salmão, é firme e úmido. Com o aumento das contagens bacterianas, o tecido de granulação torna-se mais escuro, exuberante, friável e com odor fétido. O excesso de tecido de granulação deve ser documentado porque pode ser necessário retirá-lo para facilitar a repitelização.

         Em geral, o exsudato é descrito por sua quantidade (escasso, moderado, copioso), suas características (seroso, sanguinolento, pustuloso ou combinações destes) e seu odor (presente ou ausente). O tratamento das bordas da ferida é fundamental à cicatrização bem sucedida das úlceras diabéticas, devendo ser examinadas para detectar a formação de calos, umidade excessiva, maceração da ceratina, edema, eritema ou aumento da temperatura, que podem ser sinais de infecção. Na superfície plantar do pé, o estrato córneo ou a camada de ceratina, normalmente é muito espessa. O calo hiperceratótico aumenta a pressão local sobre as proeminências ósseas, comprometendo os tecidos subjacentes e geralmente causando hemorragias localizadas.

|<voltar para Infecções<|<anterior<|>próximo>|
|<Glossário de termos técnicos<|>Referências bibliográficas>|