O
exame dos pés deve ser realizado em pacientes diabéticos,
no mínimo, uma vez ao ano e, mais freqüentemente, naqueles
pacientes com alto risco de ulceração nos pés. A
identificação dos pacientes com alto
risco de ulceração é o aspecto mais importante
na prevenção de uma amputação. A educação
terapêutica, como parte integral da prevenção, deve
ser simples, contínua e deve ser dirigida tanto aos profissionais
de saúde quanto aos pacientes. NO
EXAME FÍSICO DOS PÉS, OS SEGUINTES
PASSOS DEVEM SER SEGUIDOS: 1°-Observar a conformação geral dos pés e dos tornozelos e deformidades comuns como: dedos em garra com depressão secundária das cabeças dos metatarsos, joanetes, e elevações plantares, mediais e maleolares.
2°-
Observar sinais de compressões agudas e crônicas , pelos
sapatos, sobre saliências ósseas, calos duros, calosidades
moles e onicomicose nos espaços interdigitais, bem como úlceras,
que muitas vezes estão associadas a maceração e conseqüente
ulceração. Figura 18 - Úlcera isquêmica
3°-
Investigar a presença de sinais e sintomas de anormalidade na distribuição
do peso plantar, como calos ou úlceras sobre a proeminência
das cabeças dos metatarsos ou parte média do pé,
e outras saliências ósseas
secundárias a neuropatia de Charcot. É possível que
uma úlcera tenha se desenvolvido, parcial ou totalmente por baixo
de um calo ou calosidade visualmente intactos, mas não obstante
elevados pelo líquido subjacente, os calos e calosidades devem
ser cuidadosamente depilados, para se avaliar essa possibilidade. Figura
19 - RX com presença de osteomielite no 4° e 5°
podactilo 4°-Buscar
a presença de sinais de alterações neuropáticas
específicas para os pés. A neuropatia sensitiva resulta
em perda da sensibilidade protetora, e é detectada pela aplicação
do filamento de Semmes Weinstein de 10 gr em vários locais do pé.
A sensação vibratória pode ser avaliada com um diapazão
de 128Hz ou um biotensiômetro. A propriocepção articular
pode ser testada no nível do grande artelho, dos tornozelos e dos
joelhos. A neuropatia motora também deve ser pesquisada,
especialmente a debilidade dos dorsiflexores do tornozelo como observado
pela prova de resistência manual. 5°-A
neuropatia autônoma resulta em ressecamento e formação
de fissuras da pele, e a evidência de shunt arteriovenoso nos pés.
Este último pode ser inferido a partir da presença de ingurgitamento
da veia dorsal, que persiste à elevação do pé.
Quando apresenta edema e calor de tornozelo ou pé e não
apresenta sinais de doença sistêmica, o diagnóstico
de neuroartropatia de Charcot deve ser considerado. Mesmo que as radiografias
iniciais sejam negativas para fraturas e ou luxação. Esse
é ainda o diagnóstico mais provável, até que
afastado pelas radiografias.
6°-
Investigar a queda do alcance funcional da mobilidade das articulações
do dedo grande e do tornozelo em conseqüência da aplicação
de suas cápsulas. Figura
21 - Mal perfurante plantar no Halux 7°-
Avaliar o afluxo dos pés, falta de crescimento dos pelos, temperatura
fria ao toque, rubor dos pés na posição pendente,
seguidos de embranquecimento à elevação, probabilidade
de insuficiência arterial. Ainda que isso muitas vezes possa ser
confirmado muito facilmente pela palpação das pulsações
da dorsal do pé, da tibial posterior, da poplítea e da femoral,
é possível que sejam necessários testes mais quantitativos. Figura 22 - Unhas com onicomicose
7°-
Examinar os pés com o paciente em pé, já que sua
conformação pode alterar-se apreciavelmente com a sustentação
de peso. A posição dos dedos devem ser observados quanto
a persistência de uma aparente formação em garra,
bem como a altura do arco interno, observando-se esse arco é muito
alto (cavo), normal, ou se está ausente (pleno valgo) ou ainda
revertido (base de cadeira de balanço). 8°-
Observar o paciente andando a partir de você, em sua direção,
e depois para trás e para a frente, diante do examinador. Anote
cuidadosamente os sinais de ataxia relacionados à deficiência
da função proprioceptiva, ou a queda do pé ou marcha
escarvante, secundária à debilidade dos dorsiflexores do
pé. Uma cuidadosa correlação dos dados da história
com os do exame físico, permitirá a estimativa do nível
de risco para as lesões do pé. |<voltar
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