CATEGORIAS DE RISCO DESCRITO POR WAGNER*

 

         Este sistema de classificação constitui o fundamento a partir do qual são desenvolvidos estudos subseqüentes, e tem servido para possibilitar a comunicação entre os pesquisadores e médicos, e permitir a comparação dos pacientes tratados em várias partes do mundo.

CATEGORIA DE RISCO 0
CATEGORIA DE RISCO 1
CATEGORIA DE RISCO 2

CATEGORIA DE RISCO 3

 

CATEGORIA DE RISCO 0

        Inclui todos os pacientes que foram diagnosticados como portadores de diabetes e que retém níveis protetores de sensibilidade. Os sistemas sensoriais dentro do pé e a irrigação do pé (Hemorreologia) contudo, podem estar perdidos, durante qualquer estágio da doença. Já que é possível que essa perda seja tão gradativa e que não seja observada pelo paciente, que se faz necessário uma avaliação periódica e objetiva, da sensibilidade, para ajudar a prevenir a lesão tecidual. Um registro padronizado dos fatores de risco deve ser mantido durante toda a vida do paciente.

TRATAMENTO DA CATEGORIA DE RISCO 0

       Os pacientes em risco de categoria 0, necessitam receber educação acerca da escolha do calçado, pois podem perder a sensibilidade, antes da consulta seguinte. Já que a sensibilidade ou a doença vascular podem ocorrer a qualquer tempo, o estado sensorial e circulatório periférico de cada paciente diabético deve ser reavaliado anualmente.


CATEGORIA DE RISCO 1

         Os pacientes da categoria 1, não tiveram úlceras nos pés, porém perderam os níveis de sensibilidade protetora. Estes locais apresentam o mais alto risco de lesão. A repetitiva pressão da marcha, apenas, pode resultar em lesão dos pés . Na maioria dos pacientes, a incapacidade de sentir o monofilamento de Semmes-Weinstein, que se encurva com uma pressão de 10gr. (5,07), os colocaria nesta categoria.

TRATAMENTO DA CATEGORIA DE RISCO 1

       Nesta categoria, o paciente apresenta perda da sensibilidade protetora. Já que se perdeu o único sistema interno capaz de proporcionar proteção, é preciso que seja ensinado mudanças no comportamento externo. As pessoas nessa categoria, necessitam de informações mais completas, acerca dos problemas comuns dos pés, como formação de calos, vermelhidão e edema . Uma vez perdida a sensibilidade protetora, essa pessoa passa a estar quinze vezes mais propensa a apresentar úlceras de pé que uma pessoa com diabetes e sensibilidade normal.


CATEGORIA DE RISCO 2

        Os pacientes incluídos nesta categoria, perderam a sensibilidade e apresentam também, uma deformidade no pé, porém não apresentam úlceras. A deformidade resulta em concentração da pressão sobre uma pequena área do pé. Esse aumento de pressão geralmente ocorre em uma parte do pé, que não está habituada a nova pressão, resultando em traumatismo. A correção cirúrgica da deformidade pode resultar na passagem do paciente diabético para uma categoria de risco mais baixa.

TRATAMENTO DA CATEGORIA DE RISCO 2

        A deformidade do pé, as vezes requer um calçado sob medida, para acomodar a forma. A maioria dos pacientes da categoria 2, não requer calçados sob medida. A profundidade do calçado, adaptada e modificada pelo montador, proporcionará a acomodação necessária para as deformidades mais comuns, como os dedos em garra. Esses dados são um achado comum, uma vez que progride de desnervação, os dedos contraem-se, em conseqüência da paralisia dos músculos intrínsecos do pé. As pessoas nesta categoria necessitam visitar um especialista em pés, pelo menos a cada quatro meses, e provavelmente com maior freqüência, até que o problema esteja inteiramente resolvido por sapatos, ou a deformidade haja sido corrigida pela cirurgia.


CATEGORIA DE RISCO 3

         As pessoas da categoria 3, não apenas perderam a sensibilidade, mas também apresentam uma história pregressa de ulceração de pé. A pele e as partes moles subjacentes, nos seres humanos, sofrem mais facilmente novos traumatismos nas áreas em que já ocorreu uma lesão precedente.

TRATAMENTO DA CATEGORIA DE RISCO 3

        As pessoas da categoria 3, apresentam pés insensíveis que estiveram previamente ulcerados. A cicatrização torna os tecidos menos flexíveis e mais propensos a se romperem, particularmente conseqüência de cisalhamento, uma força aplicada paralelamente à superfície da pele. Também nesta categoria estão os pacientes com significativa doença vascular periférica. Esses pacientes possuem tecidos mais friáveis que uma vez traumatizados tem mais dificuldade de cicatrizar. Esses pacientes requerem os esforços mais intensivos da comunidade, precisam ser examinados de rotina por especialistas de pés passando a receber reforço na educação a cada um ou dois meses.

*Wagner FW Jr. A classification and treatment program for diabetic, neuropathic and dysvascular foot problems. In: Bowker JH, Pfeifer MA. Pé Diabético. Rio de Janeiro: Dilivros, 2001.

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