AMPUTAÇÕES
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As
amputações na maioria
dos casos, ocorrem em caráter de emergência, em conseqüência
da infecção com ou sem isquemia, mas em alguns pacientes
também é devida ao fracasso do tratamento clínico
ou cirúrgico da neuroartropatia de Charcot. Mais de 50% de todas
as amputações não traumáticas das extremidades
inferiores ocorrem em pacientes diabéticos. Até a última
metade do século XX, as amputações
parciais e as desarticulações do pé eram realizados
raramente, com exceção dos casos traumáticos. Quando
houver gangrena úmida associada à infecção
ou gangrena seca devida à doença
vascular periférica, o tratamento habitual era uma amputação
alta do membro inferior. Na maioria dos casos, escolhia-se o nível
transfemoral, tendo como justificativa a amputação num
seguimento no qual se poderia esperar a cicatrização primária
segura. Figura 41- amputação transtibial
Na
era anterior aos antibióticos, quando a meta principal não
era a reabilitação funcional e sim a sobrevivência
do paciente, o insucesso da cicatrização primária
devida à isquemia da ferida, acarretava um risco muito real de
morte. Com a convergência dos progressos ocorridos em diversas áreas
inter relacionadas (nutrição, cicatrização
das feridas, oxigenação tissular, antibióticos, reconstrução
vascular, cirurgia de amputação e próteses) hoje
em dia, o cirurgião tem a oportunidade de escolher o pé
em vez de o fêmur ou a tíbia como nível preferencial
para a amputação de alguns pacientes diabéticos com
infecção, com ou sem doença vascular periférica.
A
causa mais comum das ablações (amputações)
parciais dos pés dos pacientes com diabetes mellitus é a
infecção (gangrena úmida). Na maioria dos casos,
o fator etiológico desencadeante é uma proeminência
óssea normal combinada com neuropatia sensorial e calçados
inadequados. A infecção instala-se depois da penetração
da úlcera por toda a espessura da pele, chegando ao osso e as articulações
do pé. A amputação ou a desarticulação
deve ser considerada como primeira etapa importante para a recuperação
da qualidade de vida do paciente a um nível aceitável. Este
procedimento deve ser considerado em igualdade de condições
com qualquer outro procedimento reconstrutor importante do membro, tais
como a artroplastia total do quadril.
A
amputação não deve ser realizada improvisadamente
em virtude do fracasso das tentativas de salvamento do membro, como se
exemplifica pela atribuição desta tarefa ao cirurgião
menos experiente da equipe, sem supervisão cirúrgica direta.
Além disto, não há mais qualquer desculpa para um
membro residual mal conformado. Na verdade, a cirurgia de amputação
moderna deve possibilitar a formação de um segmento locomotor
modificado que se relacione confortavelmente com a prótese, órtese
ou calçado modificado e possibilite o maior ganho de energia possível
pelo cliente.
Para
conseguir estes resultados a amputação ou desarticulação
bem planejada conserva todos os tecido. No entanto como pré requisito
básico, a amputação deve ser realizada num segmento
proximal aos tecidos gangrenados ou numa parte do corpo lesada irreversivelmente,
evidenciando-se esforços específicos para salvar o comprimento
máximo e melhorar a função deambulatórica.
Existem
duas vantagens importantes com as ablações parciais do pé,
em comparação com as amputações transtibial
e em níveis mais altos. Estas vantagens são a preservação
da extremidade de sustentação do peso ao longo das vias
proprioceptivas normais em a alteração limitada da imagem
corporal, que é facilmente dissimulada por uma órtese ou
prótese parcial, ou simplesmente pelo uso de um calçado
modificado. Estes dispositivos podem recuperar a função
da marcha com sustentação praticamente normal, apesar da
perda de comprimento da alavanca da parte anterior do pé e da musculatura
associada.
NÍVEIS
ESPECÍFICOS DA AMPUTAÇÃO OU DESARTICULAÇÃO <anterior<|>enfermagem>|
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