Sensibilidade
protetora é o sentido que permite que uma pessoa perceba
o desconforto e tome alguma providência para evitar uma lesão.
A maior parte da sensibilidade protetora ocorre abaixo do limiar
de consciência, e as ações corretoras são
tomadas automaticamente. A
perda desta sensibilidade protetora dos pés, causada pelo
diabetes impede a detecção de uma lesão ou
traumatismo repetitivo e oferece as condições propícias
para o desenvolvimento de lesões e úlceras do pé.
A perda da sensibilidade protetora não significa que o paciente
não tenha qualquer sensibilidade. Na verdade a maioria dos
pacientes ainda "sente" seus pés por meio de outros
mecanismos sensoriais como dor profunda, calor ou frio.
Quando
dizem que não estão sentindo seus pés, não
restam dúvidas de que eles estão sob risco. A detecção
precoce da perda da sensibilidade protetora é fundamental
para a redução da incidência das úlceras
dos pés e por fim das amputações. Podemos
usar um monofilamento de nylon para detectar esta perda. Este instrumento
é mais útil quando a perda for assintomática
ou subclínica.
A
história do uso destes filamentos para testar a presença
ou ausência de sensibilidade, começou antes de 1900,
quando foram usados pêlos de cavalo pela primeira vez. Em
1960, Josephine Semmes e Sidney Weinstein começaram a usar
o tipo atual de monofilamento. Sua
premissa era que o aumento progressivo dos diâmetros do monofilamento
seria acompanhado de uma acentuação de forca necessária
para incliná-lo ,desta forma detectando uma escala progressiva
para avaliação neurológica da sensibilidade.
Existem
vários calibres, mas aquele que é usado convencionalmente
para detectar a perda das sensibilidade protetora, é o monofilamento
de 5.07/10gr. O número 5,07 refere-se ao tamanho do monofilamento
(o diâmetro real é de 0,44) e 10gr relaciona-se com
a força necessária para inclinar suavemente o filamento.
A aplicação de mais do que 10gr de força não
aumenta significativamente a sensibilidade percebida pelo paciente.
Quando o monofilamento é aplicado às diferentes áreas
do pé, o paciente deve ser capaz de identificar a sua presença
no momento em que ele se encurva (em forma de C).
Embora
não exista consenso quanto ao número exato das regiões
a serem testada no pé a perda da sensibilidade protetora
de qualquer área é considerada significante para o
diagnóstico. A utilização de um protocolo de
teste e monofilamentos padronizados produz resultados reprodutíveis.
A percepção da perda da sensibilidade protetora não
reduzirá por si só os índices de amputação.
Para atingir esta meta, é preciso modificar alguns comportamentos
associados a evolução seqüencial até a
amputação.
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