NEUROPATIAS

 

          A neuropatia diabética é definida como "uma lesão do nervo periférico, somático ou autônomo, atribuível exclusivamente ao Diabetes Mellitus"

          A neuropatia pode ser dividida em vários tipos. Os dois principais são neuropatias focal e difusa. As neuropatias focais podem ser ainda divididas em neuropatias isquêmicas e de encarceramento. A neuropatia difusa pose ser dividida em polineuropatia simétrica distal e neuropatias autônomas.

 


NEUROPATIAS FOCAIS

 

         Acredita-se que as neuropatias isquêmicas focais sejam divididas em um evento isquêmico agudo, em um nervo, um plexo nervoso ou uma raiz nervosa. Em conseqüência disto, este tipo de neuropatia , tende a ser de aparecimento súbito, de distribuição assimétrica e a ter curso autolimitado.

         Exemplos de neuropatias focais isquêmicas agudas incluem mononeuropatias, neuropatias femorais, radiculopatias, plexopatias e neuropatias cranianas. O diagnóstico é efetuado basicamente através do exame clínico e sintomas.

 

NEUROPATIAS FOCAIS DE ENCARCERAMENTO

 

         Ocorrem quando um nervo é comprimido em um compartimento específico do corpo. Eles tendem a apresentar um aparecimento gradativo e ocorrer numa distribuição assimétrica, porém podem ocorrer bilateralmente e muitas vezes a apresentar um curso progressivo.

         Exemplos de neuropatias focais de encarceramento são: a síndrome do túnel do carpo, o encarceramento cubital e a síndrome túnel do tarso.

       A síndrome túnel do tarso, ocorre quando o nervo tibial torna-se aprisionado na face interna e logo abaixo do maléolo interno. A medida que o nervo tibial caminha para o interior do pé, ele se divide em 2 ramos, um para o calcanhar e outro para o restante do pé. A divisão do nervo tibial pode ocorrer antes ou dentro do túnel do tarso. Assim as pessoas com essa síndrome, podem apresentar uma variedade de sintomas que podem incluir parestesia ou dormência na porção distal do pé, sendo poupado o calcanhar,ou é possível que o calcanhar também seja envolvido.

         A dor decorrente do encarceramento do túnel do tarso geralmente piora com o decorrer do dia, já que a atividade aumenta a dor. Assim, a dor piora tipicamente no final do dia, e melhora com o repouso do pé. Muitas vezes, ocorre a perda da flexibilidade da articulação metatarso falangiana (incapacidade de segurar um lápis com os dedos ou incapacidade de apanhar com os dedos, um lenço colocado aberto sobre o assoalho). Ocasionalmente é observado distúrbio da marcha. O diagnóstico é feito através dos sinais e sintomas apropriado e confirmado pelas avaliações eletrodiagnósticas, acima e abaixo do túnel do tarso.

         O tratamento pode incluir cirurgia ou injeções com corticóides.

 

NEUROPATIAS DIFUSAS

         As neuropatias difusas são devidas as anormalidades estruturais, vascular e metabólicas. Elas tendem a apresentar um início insidioso, com distribuição simétrica e curso progressivo.

        A polineuropatia distal simétrica, pode envolver nervos tanto motores quanto sensitivo. Tipicamente, tanto as pequenas, quanto as grandes fibras do nervo são envolvidos. Há uma degeneração distal e retrógrada, (Disturbio meia-e-luva) do nervo.
   
         A neuropatia dos nervos motores do pé, pode resultar em hipertrofia dos músculos, deformidades dos pés e pontos de pressão anormais (Almofada de Harris).

         A neuropatia sensorial do pé, pode resultar em dor, dormência e/o
u diminuição da sensibilidade postural resultando em alterações da marcha. A neuropatia clínica, pode ser documentada através de um exame de rotina dos pés,e confirmada pelo exame quantitativo do nervo (teste quantitativo).

        A neuropatia dolorosa, que geralmente ocorre depois de oito a dez anos de duração do Diabetes, muitas vezes faz com que o paciente procure atenção do médico, ao buscar alívio da dor. Essa dor geralmente piora a noite (em oposição ao final do dia de trabalho), piora com o repouso (ao invés de melhorar), e é aliviada com o movimento (ao invés de agravada). Contudo, o pé insensível é silencioso, e pode levar a úlceras e amputação do pé, caso não seja efetuado tratamento adequado.

      A neuropatia autônoma, pode resultar em relaxamento (abertura) dos shunts arteriais, na superfície plantar do pé. A abertura desses shunts, devida a desnervação simpática, resulta em um redirecionamento do fluxo sangüíneo para fora dos capilares nutrientes e para a superfície da pele, ocasionando diminuição do oxigênio transcutâneo e causando a arterialização do sangue venoso do pé.

A neuropatia autônoma também pode causar diminuição da função sudomotora (desaparecimento da sudorese), fazendo com que o pé se torne seco com rachaduras. A proteção natural e a integridade da pele desaparece, e isso coloca o pé sob maior risco de lesões mecâncias.


Figura 1: diabetico com anidrose e mal perfurante plantar infectado.

 

Há também, perda do tecido adiposo subcutâneo no pé. Ainda que a etiologia dessa perda de tecido adiposo não esteja totalmente explicada, alguns investigadores acreditam que ela esteja associada `a neuropatia autônoma. A perda dessa gordura subcutânea aumenta os pontos de pressão no pé. O uso de sapatos e palmilhas adequadas, auxilia a minimizar os pontos de pressão.


Figura 2: Imagem demonstrando pontos de pressao.

 

ARTROPATIA CHARCOT

Topo