As
palavras limpeza e desbridamento fazem parte de uma terminologia única,
denominada processo de limpeza. Enquanto a limpeza refere-se ao uso
de fluídos para suavemente, remover bactérias, fragmentos,
exsudatos, corpos estranhos, resíduos de agentes tópicos,
o desbridamento consiste na remoção de tecidos necrosados
aderidos ou de corpos/partículas estranhos no leito da ferida,
usando técnicas mecânicas e/ou químicas.
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MÉTODOS
DE DESBRIDAMENTOS
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- Desbridamento
cirúrgico cortante: é o método mais eficaz
e seletivo. É importante cicatrizar a ferida diabética
no menor tempo possível, para evitar infecção
secundária. Quando o desbridamento cirúrgico não
for exeqüível, por exemplo, quando o paciente sentir dores
excruciantes ou não houver um profissional qualificado disponível
devem ser considerados outros métodos:
- Autolítico:
o desbridamento autolítico com curativos interativos úmidos
(hidrogéis, alginatos, películas transparentes, hidrocolóides)
é seletivo e liquefaz as crostas e escaras, além de
promover a formação do tecido de granulação.
A autólise dos tecidos deve ser iniciada dentro de 24 a 72
horas, ou como alternativa, deve-se tentar um outro método
de desbridamento. A retalhação da escara com uma lâmina
de bisturi é feita com sulcos paralelos superficiais na superfície
da crosta, formando um padrão entrecruzado. A utilização
desta técnica antes da aplicação do curativo
interativo úmido, facilita a penetração local
e o desbridamento. Os sulcos não devem atingir os tecidos viáveis
e o sangue deve ser mínimo ou inexistente.
- Mecânico:
pode ser realizado com curativos de gaze úmido ou secos, irrigação
e lavagem em jato. Estes métodos são os menos seletivos
dentre todas as técnicas de desbridamento e podem lesar o tecido
de granulação saudável e o epitélio novo.
Os curativos secos a úmidos são usados freqüentemente
para envolver feridas necróticas extensas, que podem ocorrer
nas lesões cirúrgicas que não cicatrizam.
- Enzimático:
historicamente, algumas enzimas (colagenase, papaína, uroquinase),
tem sido usadas como agentes desbridantes de escaras e crostas. Sua
ação é seletiva, mas é lenta, dispendiosas
e trabalhosas. Em muitos casos, estes agentes podem agravar infecções
localizadas nos detritos liquefeitos e aumentam ou provocam dor local.
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TÉCNICAS
DE LIMPEZA E IRRIGAÇÃO DA FERIDA
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A
limpeza e irrigação da ferida são realizados para
remover detritos e exsudatos superficiais, possibilitando a avaliação
adequada da base da lesão e facilitando a cicatrização
da úlcera. A remoção dos detritos deve ajudar a realizar
as contagens bacterianas. A limpeza completa da base da ferida permite
a detecção dos sinais sutis de infecção da
lesão, ou outras alterações significativas das condições
da úlcera.
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A
maioria das úlceras dos pés diabéticos é relativamente
pequena e fácil de limpar, com trocas freqüentes dos curativos.
O soro fisiológico é a solução ideal. O uso
de água de torneira é controvertido. Nos pacientes imunossuprimidos,
a água de torneira está contra indicada, tendo em vista
a possibilidade de introduzir patógenos indesejáveis. A
avaliação individualizada do paciente , das condições
ambientais e da fonte da água deve ser realizada antes de usar
água da torneira para limpar as úlceras dos pés diabéticos.
Em geral a limpeza é
realizada usando os seguintes métodos:
- Compressão
ou umidificação com gaze embebida em soro fisiológico;
- Derramamento
da solução sobre a ferida (soro fisiológico de
frasco, seringa ou ampola plástica);
- Deslocamento
ou pressão com um êmbolo ou pêra de borracha.
TÉCNICAS
DE IRRIGAÇÃO
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Para
as úlceras de pé diabético que necessitam de remoção
do exsudato ou detritos, a irrigação pode ser preferida
em vez da limpeza simples. A irrigação envolve a aplicação
de um jato dirigido sob pressões mais altas, geralmente entre 5
e 15 psi. A
pressão produzida na superfície da ferida é medida
em libras por polegada quadrada (psi) e em geral, pode chegar até
5 psi para a limpeza simples.
Figura 37
- Úlcera de pressão em estágio 2
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Figura
38 - Úlcera de pressão em estágio
2, evoluindo com necrose |
Figura
39 - Úlcera de pressão em estágio
2, aguardando delimitar a necrose para desbridamento
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Figura
40 - Úlcera com tecido necrótico pronta
para desbridamento
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bibliográficas>|
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