|
||
1- Se não é possível acabar com a oferta de drogas, o que pode ser feito? 2- Como podemos ajudar um jovem a ter uma atitude adequada com relação às drogas? 3- Quais as razões que levam uma pessoa a usar drogas?a) A oportunidade surgiu e o jovem experimentou. b) O uso de drogas pode ser visto como algo excitante ou ousado pelos jovens. c) As drogas podem modificar o que sentimose) O uso de drogas pode ser uma tentativa de amenizar sentimentos de solidão, de inadequação, baixa auto-estima ou falta de confiança 5- Deve-se conversar com os filhos sobre o uso de drogas? 6- Como deve ser a informação que os pais devem dar a seus filhos a respeito de drogas?7- Como os pais devem exercer sua autoridade? 8- Quando se torna impossível conversar com os filhos, a quem os pais devem procurar?9- O que pode ser feito ao se descobrir que um filho está usando drogas?
b) Os pais têm maneiras diferentes de lidar com um filho que esteja usando drogas. c) Existem várias instituições de ajuda a pessoas com problemas relacionados ao uso de drogas. 12- Em se tratando de jovens que já usam drogas, qual deve ser a atitude da escola? 1- Se não é possível acabar com a oferta de drogas, o que pode ser feito? O importante é realizar um trabalho de prevenção, ou seja, diminuir a motivação que alguém possa vir a ter de usar drogas. Ainda, um trabalho de conscientização, revelando aos danos sociais, físicos e psicológicos causados pelo uso de drogas. 2- Como podemos ajudar um jovem a ter uma atitude adequada com relação às drogas? O que os pais podem fazer é
tornarem-se exemplo para os filhos. A maneira como os pais lidam com a questão
tem muito mais efeito sobre o jovem do que as informações que são dadas. 3- Quais as razões que levam uma pessoa a usar drogas? Muitas são as razões que podem levar alguém a usar drogas. Cada pessoa tem seus próprios motivos. Os pais não devem tirar conclusões apressadas se suspeitam ou descobrem que o filho ou filha usou ou está usando drogas. É preciso que escutem com muita atenção o que o filho ou a filha tem a dizer para poderem compreender o que está acontecendo. Entre os possíveis motivos, destacamos: O fato de um jovem experimentar drogas
não faz dele um dependente. Porém, mesmo experiências aparentemente inocentes
podem resultar em problemas (com a lei, por exemplo). Um jovem que usou drogas
passa a ser tratado muitas vezes como "drogado" por seus pais ou
professores. O excesso de preocupação com o uso experimental de drogas pode
tornar-se muito mais perigoso do que o uso de drogas em si. Cabe aos adultos alertar os jovens
sobre os riscos relacionados com o uso de drogas. Entretanto, muitas vezes são
justamente os riscos envolvidos que podem exercer atração sobre eles. Esta é
uma das críticas que são feitas às campanhas antidrogas de caráter
amedrontador que exageram os riscos. Assim, quando se falar em riscos, a
informação deverá ser objetiva, direta e precisa, caso contrário o efeito
poderá até mesmo ser oposto ao desejado. Grande parte dos jovens conhece
pessoas que usam maconha e que nunca se interessaram por outras drogas. para
eles, a afirmação de que "a maconha é a porta de entrada..." pode
soar mentirosa e, como conseqüência, deixarão de ouvir os adultos em assuntos
realmente importantes. Por outro lado, se o jovem que ouve essa afirmação
nunca experimentou drogas e pouco conhece do assunto, ele pode ficar muito
curioso, principalmente porque para os adolescentes assumir riscos faz parte do
jogo, em que o próprio risco é transformado em desafio. Esse poder de transformação das
emoções pode se tornar um grande atrativo, sobretudo para os jovens. d) Muitas pessoas acreditam que os jovens acabam consumindo drogas pela influência de colegas e amigos (pressão de grupo). Embora a "pressão do grupo" tenha influência, sabemos que a maioria dos grupos tem um discurso contrário às drogas; mesmo assim, alguns jovens acabam se envolvendo. Mais importante do que estar em acordo com o grupo é estar bem consigo mesmo. Os jovens que dependem exageradamente da aprovação do grupo são justamente aqueles que tem outros tipos de problemas (por exemplo, sentem-se pouco amados pelos pais, deslocados, pouco atraentes, etc.) e) O uso de drogas pode ser uma tentativa de amenizar sentimentos de solidão, de inadequação, baixa auto-estima ou falta de confiança Nesses casos, é importante tentar
ajudar o jovem a superar as dificuldades sem a necessidade de recorrer às
drogas. Os pais devem dar segurança para seus filhos através de afeto. Sim, essa pressão certamente
existe. Nossa sociedade tem como um de seus maiores objetivos a felicidade. O
grande problema é que tristeza, descontentamento e solidão passam a ser vistos
como situações a serem eliminadas, quando, na verdade, elas fazem parte da
vida e devem ser compreendidas e transformadas. Desde muito cedo, as crianças
tem um modelo de felicidade diretamente ligado ao consumismo: o que podemos
comprar poderá trazer satisfação e felicidade. as propagandas de álcool,
cigarro e chocolate veiculam esse modelo, para vender seus produtos. A crença
ingênua de que "podemos comprar a felicidade" e de que "tristeza
e solidão devem ser evitadas a qualquer preço" constituem o mesmo padrão
de relação que os dependentes (consumidores) estabelecem com as drogas
(produtos). Nesse sentido, podemos dizer que os "drogados" estão
apenas repetindo o modelo de sociedade que lhes oferecemos. 4- Existem sinais para identificarmos se alguém está usando drogas? Com freqüência os pais querem saber quais os sinais que indicam que um jovem esteja usando drogas. Não existe maneira fácil de confirmar a suspeita. Tentar identificar no jovem sinais ou efeitos das diferentes substâncias só tende a complicar ainda mais as coisas. O clima de desconfiança que se instala nessas situações prejudica muito o relacionamento entre os familiares. É normal e esperado que os jovens tenham segredos e que dificultem o acesso de outras pessoas da família, sobretudo os pais, as questões de sua vida pessoal. Eles tendem também a experimentar situações novas, a assumir atitudes desafiantes e de oposição e até mesmo a apresentar comportamentos ousados que podem envolver riscos. Tais comportamentos constituem traços característicos de uma adolescência normal. A grande dificuldade dos pais é saber até que ponto essas atitudes e comportamentos estão dentro do esperado ou se já significam que o jovem está passando por problemas mais graves e necessitando de ajuda. O mais importante é que os pais tentem sempre conversar com os filhos. Mesmo que o diálogo se torne tenso e cheio de conflitos, ainda assim ele é uma via de comunicação importante. Os pais devem também se preocupar mais em ouvir do que em dar conselhos. Quando o jovem se isola e o acesso a ele se torna impossível, é um sinal de que é necessário procurar algum tipo de ajuda externa. 5- Deve-se conversar com os filhos sobre o uso de drogas? Sim, na medida em que eles se
mostrarem interessados pelo assunto. Se o uso de drogas puder ser discutido de
forma adequada à idade da criança ou do adolescente, vai deixar de ser algo
secreto e misterioso, perdendo muito de seus atrativos. 6- Como deve ser a informação que os pais devem dar a seus filhos a respeito de drogas? O primeiro grande problema que se
apresenta nessas situações é que freqüentemente os jovens são mais
informados a respeito de drogas do que seus pais. 7- Como os pais devem exercer sua autoridade? A maioria das crianças e
adolescentes aceita a autoridade dos pais, sobretudo quando no ambiente familiar
estão presentes a confiança e o afeto. Porém, à medida que o adolescente vai
se desenvolvendo, a autoridade vai sendo transferida para eles mesmos até que
se tornem responsáveis por suas próprias ações. Muitos pais têm
dificuldades em abrir mão de sua autoridade conforme os filhos crescem,
dificultando, assim, que eles possam se tornar responsáveis por si mesmos. 8- Quando se torna impossível conversar com os filhos, a quem os pais devem procurar? Grande parte dos jovens é capaz de se abrir quando os pais passama ouvir mais e falar menos. Mas quando os pais, apesar de tudo, não conseguem mais se comunicar com os filhos devem recorrer a outras pessoas. Mas quais? Os pais, de preferência, devem procurar alguém que o jovem admire ou respeite. Pode ser um parente, um amigo da família, professor, um padre, o médico da família ou um profissional especializado. 9- O que pode ser feito ao se descobrir que um filho está usando drogas? Não há uma resposta simples para essa questão. Existem muitas maneiras de se responder à pergunta. Alguns pontos devem ser destacados: a) Existe uma variedade muito grande de drogas. b) Drogas diferentes produzem diferentes efeitos nas pessoas; alguns são perigosos, outros não. c) Existem formas mais e menos perigosas de se consumir drogas (injetar drogas é geralmente muito mais perigoso do que usá-las de outras maneiras). d) A lei é diferente para cada tipo de droga (é ilegal fumar maconha). e) O uso de algumas drogas, como o álcool, é socialmente mais aceitável do que o de outras Entretanto, o que é ou não socialmente aceitável depende das características da comunidade em questão - seus valores, sua cultura (o álcool não é socialmente aceitável em comunidades muçulmanas) - e não do risco que a droga representa. a) Cada jovem é uma pessoa diferente e única e podem ser muitas as razões pelas quais alguém se envolve com drogas. Da mesma forma, existem variadas formas de ajudá-lo a interromper ou moderar o uso de drogas. b) Os pais têm maneiras diferentes de lidar com um filho que esteja usando drogas. Embora alguns sejam totalmente contra o uso de qualquer droga, a maioria considera aceitável o uso de determinadas substâncias (bebidas alcoólicas, fumar cigarro). Alguns pais são tolerantes e outros se resignam com o fato de seus filhos usarem drogas. c) Existem várias instituições de ajuda a pessoas com problemas relacionados ao uso de drogas. 10- Pais que usam ou que usaram drogas ilegais no passado estão mais preparados para lidar com o problema? Freqüentemente, não. O lado positivo dessa experiência é que os pais que tiveram a oportunidade de experimentar substâncias ilegais provavelmente não vão ser tão alarmistas com relação ao uso de drogas. Entretanto, se o assunto vier à tona, devem se dirigir aos filhos expressando com sinceridade tanto os momentos bons como os momentos ruins daquela época de vida, cuidando para não transmitir uma visão idealizada e "glamourizada" das drogas. Se os pais ainda fazem uso de drogas ilegais, como regra geral isso não deveria ser colocado abertamente aos filhos. Alguns, alegando que não são hipócritas, chegam até mesmo a usá-las na companhia dos próprios filhos. Não percebem é que, ainda que o uso possa ser esporádico e não acarretar maiores problemas, a maior parte dos jovens não está preparada pra lidar com a questão, por uma série de razões que varia de família para família e de pessoa para pessoa. 11- Como as escolas podem colaborar na prevenção do uso indevido de drogas? Diversas escolas têm adotado programas educativos
com esse objetivo. Eles podem ser de grande ajuda aos jovens, sobretudo a partir
do início da adolescência, desde que conduzidos de forma adequada. Como já
foi explicado anteriormente, informações mal colocadas podem aguçar a
curiosidade dos jovens, levando-os a experimentar drogas. Discursos antidrogas e
mensagens amedrontadoras ou repressivas, além de não serem eficazes, podem
até mesmo estimular o uso. 12- Em se tratando de jovens que já usam drogas, qual deve ser a atitude da escola? De preferência, a escola deve ter algumas regras
bem estabelecidas, tais como não autorizar o uso de drogas, sejam legais
(álcool e fumo) sejam ilegais (maconha, cocaína), nas suas dependências. Por
outro lado, seria abusivo e contraproducente a escola tomar atitudes drásticas
com alunos que fazem uso de drogas (como a expulsão). A exclusão só irá
diminuir ass chances de os jovens serem compreendidos e seus casos tratados de
forma adequada. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO |