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2 – O que são OPIÁCEOS/OPIÓIDES? 3 – Como os OPIÁCEOS/OPIÓIDES são usados? 4 – Por que as pessoas usam os OPIÁCEOS/OPIÓIDES? 5 – Quem são as pessoas que mais usam os OPIÁCEOS/OPIÓIDES com fins médicos? 6 – Os OPIÁCEOS/OPIÓIDES só são utilizados para fins médicos? 7 – Quantos usam indevidamente os OPIÁCEOS/OPIÓDES? 8 – O que fazem os OPIÁCEOS/OPIÓIDES no corpo após uma dose (efeitos Físicos Agudos)? 9 – O que fazem os OPIÁCEOS/OPIÓDES no corpo quando usados continuamente (efeitos Físicos Crônicos)? 10 – O que fazem os OPIÁCEOS/OPIÓIDES na mente após uma dose (efeitos Psíquicos Agudos)? 12 – Os OPIÁCEOS/OPIÓIDES afetam o desempenho escolar? 13 – Os OPIÁCEOS/OPIÓIDES são usados como medicamento? 14 – Os OPIÁCEOS/OPIÓIDES podem ser usados na gravidez? 15 – As pessoas ficam dependentes de OPIÁCEOS/OPIÓIDES? Têm sindrome de abstinência? 16 – As pessoas podem parar de usar os OPIÁCEOS/OPIÓIDES? 17 – Há tolerância com o uso de OPIÓIDES/OPIÁCEOS? 18 – O que acontece se uma pessoas for surpreendida usando? 1- É um líquido leitoso que escorre de uma planta quando nela fazemos um corte. Esta planta chama-se Papaver somniferum, popularmente conhecida como papoula do oriente. No ópio existem muitas substâncias que dele podem ser extraídas, como a morfina e a codeína. 2- Substâncias chamadas de drogas opiáceas ou simplesmente opiáceos são aquelas obtidas do ópio; podem ser opiáceos naturais quando não sofrem nenhuma modificação (morfina, codeína) ou opiáceos semi-sintéticos quando são resultantes de modificações parciais das substâncias naturais (como é o caso da heroína que é obtida da morfina através de uma pequena modificação química). Mas o ser humano foi capaz de imitar a natureza fabricando em laboratórios várias substâncias com ação semelhante à dos opiáceos: meperidina, o propoxifeno, a metadona são alguns exemplos. Estas substâncias totalmente sintéticas são chamadas de opióides (isto é, semelhante aos opiáceos). Todas elas têm um efeito analgésico (tiram a dor) e um efeito hipnótico (dão sono). Por ter estes dois efeitos estas drogas são também chamadas de narcóticas. 3- São usados pela boca (via oral) quando apresentado na forma de comprimidos ou cápsulas, ou ainda são usados por injeção intramuscular ou intravenosa, quando apresentados em forma de ampolas. As formas injetáveis são de uso restrito hospitalar. 4- Do ponto de vista médico, são usados para aliviar a dor como pré anestésicos, antidiarréicos para diminuir a tosse e para cólicas biliar, renal ou uretral. (aliviam a dor nestes casos). Mas estas drogas são também usadas para fins não-médicos (o que se chama de “abuso”). 5- São aquelas que sofrem de dores muito intensas como no caso dos pacientes com câncer, grandes queimaduras, politraumatizados etc.; eles só podem receber as drogas por receita do médico. Mas para se ter uma idéia de como os médicos temem os efeitos tóxicos destas drogas basta dizer que eles relutam muito em receitar a morfina (e outros narcóticos) para pacientes com câncer, que geralmente têm dores extremamente fortes. 6- Não, outras pessoas usam essas drogas para sentir “barato” “ficar nas nuvens”, novas sensações, prazer. Ou seja, fazem uso indevido sem ter alguma doença ou sentir dor. 7- Na Europa e América do Norte existem muitos milhares de pessoas usando abusivamente (até nas veias) morfina, heroína e outros narcóticos. No Brasil felizmente este uso indevido é muitíssimo menor. Por exemplo, em levantamento feito pelo CEBRID nas residências das 24 maiores cidades do Estado de São Paulo, em 1999, não houve nenhum relato de uso dessas substâncias. Por outro lado, só muito raramente os hospitais e clínicas brasileiras tratam de pessoas que estão dependentes de morfína ou heroína; via de regras estás pessoas retornaram da Europa ou Estados Unidos. 8- As pessoas sob ação dos narcóticos apresentam uma contração acentuada da pupila dos olhos (“menina dos olhos”): ela às vezes chega a ficar do tamanho da cabeça de um alfinete. Há também uma paralisia do estômago cheio como se não fosse capaz de fazer a digestão. Os intestinos também ficam paralisados e como conseqüência a pessoa que abusa destas substâncias geralmente apresenta forte prisão de ventre. É baseado neste efeito que os opiáceos são utilizados para combater as diarréias, ou seja, são usados terapeuticamente como antidiarréico. Com doses maiores ou em pessoas sensíveis poder ocorrer queda de pressão arterial, o coração fica mais lento, a freqüência respiratória diminui e a pele pode ficar meio azulada (“cianose”). 9- A administração por tempo prolongado dos opiáceos pode provocar tolerância (a pessoas precisa usar doses cada vez maiores para sentir os mesmos efeitos) e dependência (a pessoa não consegue mais parar de tomar a droga). A pessoa fica com prisão-de-ventre crônica, estômago sempre “empachado” ( má digestão) e com a visão prejudicada devido à miose. 10- Todas as drogas opiáceas ou opióides têm basicamente os mesmos efeitos no cérebro: diminuem a sua atividade. As diferenças ocorrem mais num sentido quantitativo, isto é, são mais ou menos eficientes em produzir os mesmos efeitos; tudo fica então sendo principalmente uma questão de dose. Assim temos que todas essas drogas diminuem a nossa vigília (isto é aumentam o sono); para algumas drogas a dose necessária para este efeito é pequena, sou seja, elas são bastante potentes como, por exemplo, a morfina e a heroína. Outras, por sua vez, necessitam doses de 5 a 10 vezes maiores para produzir os mesmos efeitos, como a codeína e a meperidina. Algumas drogas podem ter também uma ação mais específica, por exemplo, de deprimir os acessos de tosse. É por esta razão que a codeína é tão usada como antitussígeno, ou seja, é muito boa para diminuir a tosse. Outras têm a característica de levarem a uma dependência mais facilmente que as outras, daí serem muito perigosas como é o caso da heroína. Além de deprimir os centros da dor, da tosse e a vigília (o que causa sono) todas estas drogas em doses um pouco maior que as usadas pelo médico acabam também por deprimir outras regiões do nosso cérebro como por exemplo as que controlam a respiração, os batimentos do coração e a pressão do sangue. Via de regra as pessoas que usam estas substâncias sem indicação médica, ou seja, abusam das mesmas, procuram efeitos característicos de uma depressão geral do nosso cérebro: um estado de torpor, como que isolamento das realidades do mundo, uma calmaria onde realidade e fantasia se misturam, um sonhar acordado, um estado sem sofrimento, o afeto meio embotado e sem paixões. Enfim, um fugir das sensações que são a essência mesma do viver. Sofrimento e prazer que se alternam constituem a nossa vida psíquica plena. 11- O uso por tempo prolongado pode provocar a dependência e, como conseqüência, toda a vida psíquica da pessoa fica dirigida para obter a droga. A mente da pessoa fica completamente obnubilada ( a melhor tradução deste termo médico para linguagem popular é “abestalhada”), sem nenhum contatcto com a realidade. 12- Podem provocar sonolência e turvação dos processos sensoriais (sentidos) e mentais, além de provocar desinteresse por tudo. Desta maneira o desempenho escolar fica muito prejudicado. 13- Sim, a morfina é usada como analgésico, antidiarréico ou contra a tosse; a codeína é muito usada para a tosse. Existem vários outros opiáceos/opióides indicados para estes usos. A heroína, entretanto, não tem nenhum caso médico. 14- Eles são contra indicados na gravidez. Tanto a morfina e heroína como outros narcóticos passam da mãe para a criança que ainda está no útero, prejudicando-a. E quando a criança nasce e deixa de receber a droga, que vinha através da mãe, pode passar a sofrer a síndrome de abstinência. 15- Sim. A dependência de opiáceos é caracterizada por um fortíssimo desejo de tomar a droga e, pior, por uma clara síndrome de abstinência na sua ausência. Após a administração crônica, durante alguns dias ou semanas a suspensão do uso causa irritabilidade, calafrios corporais, convulsão, caimbras, cólicas, diarréia, lacrimejamento e vômitos. Tais sintoma só diminuem após alguns dias. O sofrimento da pessoa é muito grande 16- A interrupção abrupta pode desenvolver a síndrome de abstinência. Para parar a pessoa precisa de acompanhamento médico com diminuição progressiva da dose de opiáceo. Ainda, existem medicamentos que ajudam o dependente a abandonar o uso do opiáceos. 17- Sim. Após a administração de várias doses, a pessoa precisa cada vez doses maiores para obter o mesmo efeito. 18- Se o uso não é por receita médica, a pessoa será considerada dependente e deverá, por lei, submeter-se a tratamento. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO |