9. O Uso de Êxtase
(MDMA) na Cidade de S. Paulo e Imediações: um estudo
etnográfico - uma análise preliminar.
Baptista MC, Noto
AR, Nappo SA, Carlini EA, CEBRID _ Departamento de Psicobiologia
_ UNIFESP, Trabalho a ser apresentado no XIV Congresso da
ABEAD, Gramado, 19 a 23 de setembro.
Objetivos: Traçar o perfil dos usuários
de êxtase na cidade de São Paulo e imediações,
levando em conta aspectos como padrão de uso da droga, crenças
e aspirações.
Metodologia:
O estudo tem como referencial
a metodologia qualitativa, tendo sido realizadas entrevistas com
usuários de êxtase e com KIs (key informants).
As amostras foram obtidas por meio de técnica "bola-de-neve".
Resultados e
Conclusões: Foram
feitas 31 entrevistas com usuários. Desse total, 10 foram
analisadas, sendo 5 do sexo masculino. A amostra foi composta em
sua maioria por jovens universitários, membros das classes
mais privilegiadas. Os resultados mostram um uso da droga prevalecendo
sempre em um contexto de festa.
Foram também
entrevistados 14 KIs (informantes-chaves), incluindo terapeutas, um policial, DJs
(disk-jockey), um toxicologista, um usuário,
uma "promoter de raves" e uma jornalista. O estudo com KIs
confirma a ocorrência do consumo de êxtase em alguns
grupos sociais em São Paulo, tendo o seu início na
década de 90. A droga parece estar restrita a ambientes de
festa e é apresentada na forma de comprimidos ou cápsulas,
contendo uma mistura de MDMA com outras drogas estimulantes. A polícia
tem dado uma maior importância à droga, realizando
assim uma série de apreensões recentes. Os usuários,
por sua vez, não têm procurado tratamento em serviços
especializados em dependência. Os profissionais de saúde
parecem pouco preparados para o atendimento de casos relacionados
ao uso de êxtase. O estudo está sendo financiado pela
FAPESP. |