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Número 36
Abril/99 a
Agosto/99

Centro Brasileiro de Informações
sobre Drogas Psicotrópicas


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    EPIDEMIOLOGIA

08. O uso de cocaína e de crack vem aumentando entre os estudantes brasileiros. Dados do IV Levantamento sobre o Uso de Drogas entre os estudantes do 1º e 2º Graus em 10 Capitais Brasileiras – 1997 ( 130 páginas).

A cocaína e o “crack” têm sido as grandes “vedetes” da mídia entre as drogas ilícitas. Invariavelmente há manchetes de que está havendo um crescimento assustador e descontrolado do seu uso. Este aumento realmente existe mas ainda está longe de atingir tão dramática situação; preocupa mas não deve gerar pânico descontrolado. Por outro lado, sabe-se que o Brasil é uma das principais rotas de cocaína em direção à Europa e Estados Unidos.
O uso dessa droga vem se popularizando entre os estudantes do 1º e 2º graus da rede pública de ensino como pode-se depreender dos resultados mostrados a seguir, comparando-se os dados obtidos pelo CEBRID nos levantamentos dos anos de 1987, 1989, 1993 e 1997.
Por exemplo, o uso na vida de cocaína pelos alunos de Belém cresceu de 1,0% em 1993 para 1,8% em 1997; mesmo que as porcentagens não sejam tão elevadas, este achado é indicativo da tendência de aumento do uso dessa droga. Das dez capitais estudadas no IV Levantamento (1997), em apenas duas delas não se observou aumento da tendência do uso na vida de cocaína (Recife e Rio de Janeiro). Em pelo menos cinco cidades, o uso de cocaína predominou no sexo masculino, quando comparado ao feminino; nas demais não se observaram diferenças estatísticamente significantes.
O uso freqüente (uso de seis vezes ou mais no mês) cresceu em oito capitais, quando se compara os quatro levantamentos (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e São Paulo). Da mesma forma o uso pesado (uso de vinte vezes ou mais no mês) apresentou aumento da tendência de uso em oito das dez capitais, exceto em Recife e Rio de Janeiro. Por outro lado, o uso do “crack” aparece muito raramente, sendo que em Belo Horizonte, sete (0,4%) dos estudantes relataram uso dessa droga; seis (0,2%) em São Paulo; cinco (0,3%) em Porto Alegre: quatro (0,3%) em Salvador; quatro (0,2%) em Curitiba; dois (0,1%) em Brasília e um (0,1%) em Belém. No total das dez capitais investigadas, 29 estudantes (0,2%) fizeram uso do “crack”.
As baixas porcentagens para uso de “crack” entre os estudantes das dez capitais pode estar traduzindo apenas que aqueles que começam a usar este tipo de droga perdem o vínculo escolar, afastando-se do estudo, já que a dependência do “crack” é sempre muito severa.


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