Artigos e Resumos de Dissertação e Teses de Doutorado
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Ilva
Marico Mizumoto Aragaki
RESUMO
A queixa de “pouco leite” ou hipogalactia tem sido apontada
como uma das mais frequentes causas do desmame ou interrupção do aleitamento
materno exclusivo e, os baixos volumes de leite têm sido associados à ansiedade
materna que poderia provocar alterações na fisiologia da lactação inibindo a
produção láctea. Os objetivos deste estudo foram: identificar o traço e estado
de ansiedade no 10º dia pós-parto e estado de ansiedade do 30º dia pós-parto
das nutrizes primíparas e multíparas que apresentam indicadores de hipogalactia;
caracterizar o traço e estado de ansiedade no 10º dia pós-parto e estado de ansiedade
no 30º dia pós-parto das nutrizes primíparas e multíparas que apresentam galactia
normal; comparar o traço e estado de ansiedade das nutrizes hipo e normogalactas,
no 10º dia e no 30º dia pós-parto e verificar as possíveis relações entre o estado
de ansiedade das nutrizes no 10º e 30º dia pós-parto com os indicadores de hipogalactia
apresentados por elas. Participaram do estudo 168 nutrizes e seus filhos que
formaram 4 sub-grupos com primíparas e multíparas hipogalactas e primíparas e
multíparas normogalactas, com 42 mulheres em cada. Foram incluídas no grupo de
hipogalactas as mulheres e RN que apresentaram ou referiram um ou mais indicadores
de hipogalactia. Os resultados obtidos mostraram que as nutrizes deste estudo
apresentaram média dos escores de traço de ansiedade correspondentes à média
ansiedade e a média dos escores dos estados de ansiedade nos 10º e 30º dia pós-parto
correspondentes à baixa ansiedade. As primíparas e multíparas hipogalactas e
as primíparas com galactia normal apresentaram traço de ansiedade mais elevado
do que os estados de ansiedade por ocasião do 10º e 30º dia pós-parto. As multíparas
com galactia normal apresentaram no 30º dia pós-parto, escores de estado de ansiedade
mais elevados do que aqueles apresentados por ocasião do 10º dia pós-parto e
ambos abaixo dos escores do traço de ansiedade obtidos no 10º dia pós-parto.
Para essas mulheres, a experiência e a normalidade de produção láctea não diminuíram
o grau de ansiedade. Em relação aos indicadores de hipogalactia e o estado de
ansiedade das nutrizes no 10° dia e 30º dia pós-parto, encontramos uma relação
direta entre a presença dos indicadores e o aumento do grau de ansiedade materna.
Embora tenhamos encontrado relações entre alguns dos indicadores de hipogalactia
e grau de ansiedade materno, ficou evidente que a remissão dos sinais maternos
e neonatais, depende, na maioria das vezes, da correção da técnica da amamentação
através da orientação e oferecimento de apoio às nutrizes.
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Marli
Terezinha Oliveira Vannuchi
RESUMO
Objetivo. Este estudo teve por objetivo avaliar o papel
da Iniciativa Hospital Amigo da Criança na prática do aleitamento materno durante
a internação de recém-nascidos na Unidade de Neonatologia do HURNP a após a alta,
ao longo dos primeiros seis meses de vida.
Métodos. A
amostra do estudo constituiu-se de todos os recém-nascidos internados na unidade
de neonatologia do HURNP durante os anos de 1994(n=285) e 1998(n=368). A metodologia
constou da análise de prontuários dos recém-nascidos; consulta e análise de todos
os documentos e registros referentes ao processo de implantação da IHAC no HURNP
e entrevistas com profissionais de saúde do setor de neonatologia.
Resultados.
Ocorreram mudanças significativas no regime alimentar do grupo de recém-nascidos
internados na unidade de neonatologia do HURNP entre 1994 e 1998. Houve aumento
expressivo do percentual de crianças que passaram a receber exclusivamente leite
humano (de1,9% em 1994 para 41,7% em 1998) e a alimentação exclusiva por fórmulas
deixou de existir (de 17,9% em 1994 para 0,0% em 1998). No que se refere ao aleitamento
materno nos primeiros seis meses de vida, o tempo mediano do aleitamento materno
exclusivo aumentou de 12 dias em 1994 para 45 dias em 1998 e, quanto ao aleitamento
materno não houve diferença significativa. Conclusão. A implantação da IHAC na
Unidade de Neonatologia do HURNO contribuiu para aumentar tanto os índices do aleitamento
materno como do aleitamento materno exclusivo, durante a internação dos recém-nascidos
na Unidade de Neonatologia do HURNP e, nos primeiros seis meses de vida, contribuiu
para o aumento dos índices do aleitamento materno exclusivo.
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Riscos associados
ao processo de desmame entre crianças nascidas em hospital universitário de São
Paulo, entre 1998 e 1999: estudo de coorte prospectivo do primeiro ano de vida
Milena
Baptista Bueno; José Maria Pacheco de Souza; Sonia Buongermino de Souza; Suzana
Maria Rebelo Sampaio da Paz; Suely Godoy Agostinho Gimeno; Arnaldo Augusto Franco
de Siqueira
RESUMO
O objetivo do estudo foi descrever a prática do aleitamento materno
de crianças nascidas em um hospital universitário em São Paulo, e identificar
fatores associados com a duração do aleitamento materno e aleitamento materno
exclusivo. Criou-se uma coorte potencial de 506 recém-nascidos, destas, foi possível
utilizar informações de 450 que tinham dados sobre alimentação, pelo menos, até
o segundo mês de vida. A mãe anotava diariamente, em um questionário de frequência
alimentar, os alimentos consumidos pela criança. Técnicas de análise de sobrevida
(Kaplan-Meier e Cox) foram utilizadas para as análises. A mediana do aleitamento
materno foi de 205 dias e do aleitamento materno exclusivo foram idade da mãe
(rh mais jovem/mais velha = 1,22; IC95% = 1,006 - 1,486) e escolaridade da mãe
(rh fundamental/superior = 2,13; IC95% = 1,381 - 3,307 e rh médio/superior =
1,78; IC95% = 1,145 - 2,792), podendo estar relacionadas com o conhecimento dos
benefícios do aleitamento materno exclusivo.
Cad.
Saúde Pública v.19 n.5 Rio de Janeiro set./out. 2003
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O Ato da Amamentação: Um valor em questão ou uma questão de valor?
Resumo
da Tese de Doutorado submetido ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Escola
de Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Enfermagem
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo investigar a valoração dada pelo enfermeiro
ao ato de amamentar e que ele transmite às mães nos Serviços de Puericultura. Os
objetivos foram: investigar os valores transmitidos por enfermeiros no ato do esclarecimento
acerca da amamentação; analisar a valoração axiológica do enfermeiro no processo
de esclarecimento acerca do aleitamento materno, segundo o referencial de Max Scheler;
e compreender, à luz dos valores instituídos e instituintes que se revelam, direta
ou indiretamente, segundo o referencial de Max Scheler, o esclarecimento para amamentação
verbalizado por enfermeiros. Considerando a importância de ultrapassar a dicotomia
sujeito/objeto para apreender o significado do valor em sua totalidade, segundo
Max Scheler, adotou-se a descrição fenomenológica, com abordagem qualitativa. Para
a obtenção dos dados, utilizou-se a entrevista semi-estruturada, a observação sistematizada
e a análise do discurso, técnicas que possibilitaram que os depoimentos dos enfermeiros
acontecessem mais espontaneamente. Foram realizadas seis entrevistas com enfermeiros
assistenciais vinculados ap Pólo Sanitário Washington Luiz, unidade da Prefeitura
de São Gonçalo (RJ). O sentido valor, nos modos de poder-ser valorativo do enfermeiro
imerso em seu cotidiano assistencial revelou tanto restrições de possibilidades
inerentes a um fazer mecânico, repetitivo e até mesmo indiferente, quanto abertura
de possibilidade para o poder-ser próprio, fundamentado nas valorações de mudança
e transformação vinculadas às exigências do desenvolvimento técnico-científico.
Valorar o ato de amamentar revelou abertura de possibilidade para o esclarecimento
do enfermeiro como ser instituinte de valores relacionados à amamentação. O modo
valorativo dos enfermeiros evidenciou o predomínio de valores vitais, estéticos,
afetivos e sociais, que dão suporte ao biologicismo quando entendidos como coisa
de valor, em detrimento daqueles emanados da razão, que nos possibilita pensar
e apreender o sentido axiológico do ato de amamentar e, assim, desvelar os valores
inerentes à amamentação. O discurso dos enfermeiros deixa entrever a possibilidade
do acontecer de novos estudos que possibilitem alcançar a compreensão plena do
valor da amamentação, apesar dos discursos proclamados e instituídos pelas políticas
públicas de saúde e pelos autores que enfocam as questões relacionadas ao aleitamento
materno.
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Effect of breast feeding in infancy on blood pressure in later life:
systematic review and meta-analysis
Christopher
G Owen, Peter H Whincup, Julie A Gilg, Derek G Cook
ABSTRACT
Objective: To determine whether breast feeding in infancy compared with
bottle feeding formula milk is associated with lower mean blood pressure at different
ages. Design: Systematic review. Data sources: Embase, Medline, and Web
of Science databases. Study selection: Studies showing the effects of feeding
in infancy on blood pressure at different ages. Data extraction: Pooled mean
differences in blood pressure between breast fed infants and those bottle fed formula
milk, based on random effects models. Data synthesis: The pooled mean difference
in systolic blood pressure was - 1.10 mmHg (95% confidence intreval - 1.79 to -
0.42 mmHg) but with significant heterogeneity between estimates (P< 0.001).
The difference was largest in studiesof <300 participants (- 2.53 to 0.27 mmHg),
and smallest in studies of > 1000 participants (- 0.16 mmHg, - 0.60 to 0.28
mmHg). Na Egger test but not Begg test was unaltered by adjustment for current
size and was independent of age at measurement of blood pressure and year of birth.
Diastolic blood pressure was not significantly related to type of feeding in infancy.
Conclusions: Selective publication of small studies with positive findings may
have exaggerated claims that breast feeding in infancy reduces systolic blood pressure
in later life. The results of larger studies suggest that feeding in infancy has
the most a modest effect on blood pressure, which is of limited clinical or public
health importance.
BMJ
Volume 327 22 November 2003 bmj.com
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A Method for the Evaluation of Primary Health Care Units' Practice
in the Promotion, Protection, and Support of Breastfeeding: Results from the State
of Rio de Janeiro, Brazil
Maria
Inês de Couto de Oliveira, PhD, Luiz Antonio Bastos Camacho, MD, DrPH, Alison E.
Tedstone, PhD
ABSTRACT
A method to assess the effectiveness of primary health care (PHC) units
in enabling mothers to breastfeed was developed from the tool used for accreditation
of baby-friendly hospitals. A 10-step scoring system assessed the extent to which
procedures known to be effective at extending breastfeeding duration were applied
within PHC units. Using this method, 13 PHC units showed a fair performance, whereas
11 performed poorly in the state of Rio de Janeiro. More babies younger than 6
months were being exclusively breastfed in fair performance than in poor performance
units (38.6% vs 23.6%, respectively, P < .001). Twice as many pregnant women
and mothers in fair performance units (61.9%) were satisfied with the support provided
for breastfeeding than in poor performance units (31.4%). The differences were
not explained by hospital care or working status of the women. The association
found between structure, process, and outcomes support the validity of the method.
J
Hum Lact 19(4):365-373.
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