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Base de Dados da Enchente de 1929


Mapas
Enchente de 1929: Mapa da enchente
A visualização foi produzida a partir das curvas de nível do Modelo Digital da Cidade (MDC), da Prefeitura de São Paulo, e a informação sobre a altura atingida pelas águas está baseada na tese de Odette Seabra, que afirma ter a enchente alcançado o nível de 724m¹.

A imagem produzida fornece uma projeção aproximada das áreas alagadas por aquela enchente, não correspondendo, necessariamente, à área efetivamente atingida. Trata-se de um mapa resultante da mediação entre documentos históricos e tecnologias digitais, não se constituindo, portanto, nem em ponto de partida, nem em ponto de chegada da pesquisa, mas numa ferramenta para o aprimoramento do estudo, sempre a partir de novos cotejamentos com as fontes históricas pertinentes. Os pontos vermelhos indicados no mapa correspondem às localidades alagadas segundo notícias da imprensa da época.


¹ - SEABRA, Odette.
Os meandros dos rios nos meandros do poder: Tietê e Pinheiros. Valorização dos rios e das várzeas na cidade de São Paulo.
Tese de doutoramento. Universidade de São Paulo, 1984.



Enchente de 1929: A densidade da inundação.

O mapa Kernel ou Hotspot representa as áreas inundadas durante a enchente de 1929. Ele foi elaborado a partir de informações do periódico "O Estado de São Paulo", indicando-se no mapa as ruas mencionadas como alagadas no jornal. Desta forma, o mapa não representa de maneira exaustiva os lugares afetados pelas inundação, mas ilustra ao menos os lugares que suscitaram mais a atenção da imprensa e que supostamente foram mais prejudicados pela enchente. Além disso, a função Kernel que adotamos nessa representação tem como finalidade revelar a intensidade da inundação. Deste modo, o mapa aponta a confluência do Tamanduateí com o Tietê como sendo a região mais atingida pelas águas da enchente de 1929.



Enchente de 1929: A zona da confluência do Tamanduateí com o Tietê.

Esse mapa coloca em destaque a zona de confluência dos rios Tamanduateí e Tietê. Essa zona, composta pelos bairros da Barra Funda, Bom Retiro, Ponte Pequena e Canindé, foi a que mais sofreu com a enchente de fevereiro de 1929. Não apenas uma área significativa desses bairros ficou alagada, mas como tal se deu por um período de tempo maior do que em outras partes da cidade. Por causa da sua proximidade com os rios e por ser uma área rebaixada, essa região sempre sofreu com as grandes chuvas do verão, e por isso merece uma atenção mais cuidadosa no estudo do impacto da enchente de 1929, pela especificidade de sua etiologia. Esse mapa pretende ilustrar a extensão da enchente na época, contrapondo-se a simulação da inundação construída a partir do software de SIG, com o traçado das ruas alagadas mencionadas nos jornais da época (o Estado de São Paulo, a Folha da Manhã e o Correio Paulistano). O mapa traz também informações referentes ao serviço de socorro, que funcionou diuturnamente e ofereceu ajuda na remoção das famílias atingidas, transportando-as para outras partes da cidade.



Enchente de 1929: As comunicações durante a enchente de 1929.

O mapa ao lado tem como objetivo mostrar os impactos que teve a enchente de 1929 sobre os transportes e as vias de comunicação da cidade. Podemos observar que uma grande parte da cidade situada à margem direita do rio Tietê foi isolada, o que afetou bairros como Villa Elza, Villa Maria, Villa Guilherme, Corôa, Casa Verde, Limão, Freguesia do Ó, e Villa Anastácio. Logo que as águas cortaram as vias atravessando o rio Tietê, a Prefeitura reabriu as linhas de comunicação por meio de canoas e batelões. Além de ter facilitado as comunicações com a cidade, esse dispositivo foi importante para a remoção das vítimas da enchente, e foi somente interrompido no fim do mês de fevereiro, quando a situação voltou ao normal.



Enchente de 1929: Os deslocamentos das famílias durante a enchente

Entre os dias 13 e 23 de fevereiro de 1929 aconteceu a maior enchente da história da cidade de São Paulo. Durante esses dias, os rios da região se transformaram em extensos lagos, inundando grande parte da cidade. A enchente devastou plantações, arruinou e isolou bairros, destruiu estradas, impedindo o transporte de pessoas e de produtos. Além disso, a enchente desabrigou inúmeras famílias, que se refugiaram em abrigos estabelecidos pela prefeitura ou em casas de parentes ou conhecidos.

Segundo os jornais da época (o Estado de São Paulo, a Folha da Manhã e O Correio Paulistano), ao menos 896 famílias buscaram o serviço de remoção da prefeitura para transportar pessoas ou deixar a salvo seus bens, sem contar as famílias que se transferiram por conta própria e que, consequentemente, não foram registradas. Portanto, o número de pessoas atingidas foi certamente maior.

As principais vítimas da enchente foram os moradores ribeirinhos. Na confluência do Tietê com o Tamanduateí, constituída pelos bairros Barra Funda, Bom Retiro, Canindé e Ponte Pequena, grande parte da população deslocada era constituída de trabalhadores de fábricas e operários pobres. Embora essa região fosse recorrentemente inundada pelas chuvas torrenciais do verão, no caso da enchente de 1929 o alcance das águas foi bem maior, atingindo também bairros como Cidade Jardim, Pinheiros e Ipiranga.

Este vídeo reconstituiu dia a dia os fluxos de remoção das famílias atingidas pela enchente que foram registrados pela prefeitura. Assim, ele ajuda a compreender onde as famílias se abrigaram e permite especular a existência de pontos de encontro e convergência.

Baixe o metadados dessa produção aqui.


Fontes

Imprensa



Vetores
Pontos alagados segundo a imprensa na época
Área alagada
Vetor das ruas citadas como alagadas (Usado para gerar o Kernel)
Fluxo das remoções
Partida das remoções
Destino das remoções

  Citação de autoria: Grupo Hímaco.