ANTICOLINÉRGICOS
1- O que são Anticolinérgicos?
2- Por que são utilizados
os Anticolinérgicos?
3- Os Antocolinérgicos
são utilizados como drogas de abuso?
4- Por que pessoas usam Anticolinérgicos sem necessidade
médica?
5- Quem são as pessoas que usam os Anticolinérgicos?
Quantos são?
6- O que os Anticolinérgicos
fazem no corpo após uma dose (efeitos Físicos Agudos)?
7- O que os
Anticolinérgicos fazem no corpo após o uso continuado (efeitos Físicos
Crônicos)?
8- O que os
Anticolinérgicos fazem com a mente após uma dose (efeitos Psiquicos Agudos)?
9- O que os
Anticolinérgicos fazem com a mente quando são usados continuamente (efeitos
Psiquicos Crônicos)?
10- O uso dos
Anticolinérgicos pode prejudicar o desempenho escolar?
11- Os
Anticolinérgicos levam ao uso de outras drogas?
12- Os
Anticolinérgicos são utilizados como medicamentos?
13- Os
Anticolinérgicos podem ser utilizados durante a gravidez?
14- As pessoas
conseguem parar de usar os Anticolinérgicos?
15- O que acontece
se uma pessoa for surprendida usando ou levando um Anticolinérgico?
1-
São plantas e substâncias
sintéticas que possuem em comum uma série de efeitos no corpo humano. Entre as
plantas temos as popularmente conhecidas como Saia Branca, Lírio, Trombeta, Trombeteira, Zabumba, Cartucho, Estramônio, entre outras. São plantas do gênero Datura e que produzem duas substâncias
a atropina e a escopolamina, que são as responsáveis pelos efeitos. Entre as
substâncias sintéticas temos aquelas com o mesmo tipo de efeitos que as
substâncias naturais (atropina e escopolamina) e estão presentes em
medicamentos como o Artaneâ, o Akinetonâ, além de colírios e outros.
2-
As plantas têm uso médico
pequeno, para combater distúrbios gastrointestinais, fazendo parte de receitas
fitoterápicos (remédios feitos à base de extratos de plantas). Os medicamentos
à base de substâncias sintéticas são utilizadas para tratar cólicas, para
doenças neurológicas e para dilatar as pupilas (uso pelo médico oftalmologista).
3-
Sim, com as flores da saia branca, trombeteira, etc, costuma-se preparar um chá para tomar ou os
medicamentos são consumidos em quantidades excessivas, para que produzam
alterações mentais. É um uso sem finalidade médica ou seja não é para tratar
qualquer doença mas sim para produzir um “barato”.
4-
Pelos efeitos mentais que
provocam, tais como delírios e alucinações. Delírio é um distúrbio mental que se caracteriza pelo fato da
pessoa fazer um juízo falso de uma realidade; por exemplo a pessoa ouve uma
sirene e julga ser uma trombeta tocada por um anjo. Alucinação é uma percepção sem uma realidade (objeto); por exemplo,
a pessoa ouve uma trombeta mas não há som algum.
5-
Em São Paulo, Paraná e outros estados do Sul são
principalmente crianças de rua e adultos freqüentadores de danceterias onde
“rolam” drogas com facilidade. Em alguns estados do Nordeste são principalmente
adultos jovens, de nível sócio-econômico mais baixo.
Entre os estudantes brasileiros o anticolinérgicos vem
aumentando; em 1997, ano do último levantamento feito, 1,3% dos estudantes das
10 maiores capitais do Brasil disseram já ter experimentado estás drogas
(principalmente o Artaneâ) uma vez. No Estado de São Paulo, um levantamento
domiciliar feito em 1999, mostrou que menos de 0,5% dos entrevistados tinham
experimentado estas drogas.
6-
Os sintomas e sinais provocados pelo uso dor
anticolinérgicos são: pupilas dilatadas e sem reflexos, visão borrada, secura
na boca e narinas, dificuldade respiratória, aumento do número de batimentos do
coração, diminuição de pressão sanguínea, intestino preso e aumento da
temperatura corporal. Com doses muito elevadas a intoxicação torna-se perigosa
pois a temperatura se eleva muito, a pressão pode cair muito e chegar ao coma
até a morte. Cerca de dez minutos após à ingestão alguns sinais já podem ser
notados passando a ter uma seqüência onde tornam-se mais agudos.
7-
Não existem estudos sobre quais efeitos maléficos estas
drogas produzem no homem após um uso prolongado. Entretanto, não é difícil
perceber que uma pessoa vivendo sempre
com os efeitos de doses que se repetem sempre, acabarão por ter sua saúde prejudicada.
8-
Os anticolinérgicos, tanto as plantas como os
medicamentos, produzem em doses não muito grandes uma indiferença em relação ao
que ocorre no meio ambiente e à si próprio. Este estado mental faz com que a
pessoa quando interrogada diga coisas que em estado normal ela não falaria.
Esta “falta de força psíquica” ou “ausência de auto-controle” faz com que
anticolinérgicos sejam utilizados como “soros
da verdade”, em interrogatórios de inimigos durante as guerras. A
escopolamina é uma das substâncias utilizadas para este fim.
Um outro uso pouco comum dos anticolinérgicos refere-se
ao emprego para tirar a capacidade de reação das pessoas. Exemplificando, o
Artaneâ
tem sido utilizado no Nordeste brasileiro pelos donos de engenho que o
administram aos camponeses fazendo com que estes trabalhem muito em condições
péssimas, com baixos salários e não se queixem. É quase que um trabalho químico
escravo. Na Colômbia as plantas colinérgicas tem sido empregados por malandros
que as colocam sob forma de chá em bebidas para turistas. Estes, então, nem
prestam atenção e nem ligam ao terem suas carteiras roubadas. Mas em doses
maiores os anticolinérgicos produzem outros efeitos, mais para o lado das
alucinações e delírios. Nestes casos as pessoas vêem bichos horrendos, ratos,
aranhas, etc, andando pelo chão e paredes, figuras ameaçadoras, ouvem sons
desagradáveis, etc.
9-
Deixam a pessoa num estado permanente de desinteresse e
desorientação; ela fica como se fosse um zumbi, podendo por isto ser explorada
por outros. Com a mente constantemente alterada a pessoa não é capaz de uma
vida normal.
10-
Sim, pode e muito. E só imaginar o que um estudante pode
aprender quando, sob ação da droga, ele está delirando e/ou alucinando ou
ainda, não consegue ligar para nada.
11-
Não existem estudos mostrando que estas drogas sejam
ponto de partida para uma escalada de uso de outras drogas. O que geralmente
ocorre é que a pessoa compra ou usa um anticolinérgico em ambientes onde outras
drogas também rolam. Daí para trocar de droga, por curiosidade ou por falta
daquela que a pessoa vinha usando, é um passo.
12-
Sim, e são muito úteis quando usados corretamente. São
bons antiesparmodicos (contra cólicas), e muito úteis para uma doença
neurológica chamada Doença de Parkinson. São ainda utilizados por médicos
oculistas para dilatar as pupilas dos olhos. Em todos os casos os medicamentos
são usados em doses corretas, pequenas.
13-
É bom sempre lembrar que drogas e gravidez não combinam.
Desta maneira os anticolinérgicos não devem ser usados na gravidez a não ser
sob rigoroso controle médico.
14-
Sim, estas drogas não induzem muita “fissura” (ou vontade
incontrolável de usar). Muitas vezes basta mudar o estilo de vida que a pessoa
vinha vivendo (isto sim, as vezes é difícil).
15-
A planta saia
branca ou trombeta ou zabumba cresce facilmente em vários
locais e praticamente do norte ao sul do Brasil. Portanto, é fácil de ser
obtida, mas o seu comércio está controlado pelo Ministério da Saúde.
O medicamento Artaneâ tem na sua embalagem a
frase: “Pode causar dependência física
e/ou psíquica” e só pode ser vendido com uma receita especial de um médico,
que depois fica guardada na farmácia.
Assim em qualquer da situações usar ou carregar pode
trazer conseqüências legais para quem usa ou carrega.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO ESCOLA
PAULISTA DE MEDICINA Informações:
CEBRID - Última atualização:
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