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Departamento de Psicobiologia
UNIFESP/EPM


Barbitúricos

Os barbitúricos (ou derivados do ácido barbitúrico) foram por muito tempo, a droga de escolha para o tratamento da insônia. O declínio de seu uso deu-se por vários motivos como: mortes por ingestão acidental,  o uso em homicídios e suicídios, e principalmente pelo aparecimento de novas drogas como os benzodiazepínicos. Hoje em dia, os barbitúricos ainda são utilizados no tratamento de distúrbios convulsivos e na indução da anestesia geral.

Os barbitúricos são produzidos através da condensação de derivados do ácido malônico e da uréia. Atualmente existem diversas barbitúricos disponíveis:
 

Nome Genérico

Nome Comercial

Duração da Ação

Amobarbital

Amytal

Ação curta a intermediária

Barbital

Veronal

Ação prolongada

Butabarbital

Butisol

Ação curta a intermediária

Fenobarbital

Gardenal, Luminal

Ação prolongada

Hexobarbital 

Evipal

Ação curta a intermediária 

Mefobarbital

Mebaral

Ação prolongada

Pentobarbital

Nembutal 

Ação curta a intermediária

Secobarbital

Seconal 

Ação curta a intermediária 

Tiamilal

Surital

Ação ultra-curta 

Tiopental 

Delvinal

Ação curta a intermediária


1. O que os barbitúricos fazem no organismo?

A principal ação do barbitúrico é sobre o Sistema Nervoso Central. Eles podem causar depressão profunda, mesmo em doses que não têm efeito sobre outros órgãos. A depressão pode variar sendo desde um efeito sedativo, anestésico cirúrgico, ou até a morte. Outro efeito dos barbitúricos é o de causar sono, podendo induzir apenas o relaxamento (efeito sedativo) ou o sono (efeito hipnótico), dependendo da dose utilizada.

2. Absorção, Metabolismo e Excreção dos barbitúricos

O uso de barbitúricos pode ser oral, intramuscular, endovenoso, ou retal. Independentemente da via de administração eles se distribuem uniformemente pelos tecidos. Após a absorção, eles se ligam a proteínas do sangue e vão agir principalmente no cérebro, devido ao seu alto fluxo sangüíneo. Os efeitos depressores aparecem entre 30 segundos e de 15 minutos, dependendo do tipo de barbitúrico utilizado.

Os barbitúricos são metabolizados no fígado e excretados na urina

3. Envenenamento Barbitúrico

O envenenamento barbitúrico é um problema clínico significativo, podendo levar à morte em alguns casos. A dose letal do barbitúrico varia de acordo com muitos fatores, mas é provável que o envenenamento grave ocorra com a ingesta de uma só vez de doses dez vezes maiores que a dose hipnótica total. Se o álcool ou outros agentes depressores forem utilizados junto com o barbitúrico, as concentrações que causam morte são mais baixas.

Em casos de envenenamento grave o paciente apresenta-se comatoso, com a respiração lenta ou rápida e curta, a pressão sanguínea baixa, pulso fraco e rápido, pupilas mióticas reativas à luz e volume urinário diminuído. As complicações que podem ocorrer são: insuficiência renal e complicações pulmonares (atelectasia, edema e broncopneumonia).

O tratamento nestes casos é de suporte.

4. Tolerância aos barbitúricos

O uso crônico de barbitúricos pode levar ao desenvolvimento da tolerância. Isso ocorre tanto pelo aumento do metabolismo da droga, como pela adaptação do sistema nervoso central à droga. O grau de tolerância é limitado, já que há pouca ou nenhuma tolerância aos efeitos letais destes compostos.

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