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Departamento de Psicobiologia
UNIFESP/EPM


Anticolinérgicos

1.  Introdução aos anticolinérgicos

Plantas do gênero Datura (cartucho, trombeta, saia-branca, zabumba), utilizadas como arbustos ornamentais, produzem substâncias anticolinérgicas, como a atropina e a escopolamina. Essas plantas podem ser encontradas em diversas regiões do Brasil, principalmente a Datura suaveolens e a Datura stramonium. A descrição mais antiga de uma intoxicação causada pelo seu uso no Brasil, data do ano de 1866, na Bahia.

A triexafenidila é uma substância sintética, que também tem efeito anticolinérgico. É usada para o tratamento do mal de Parkinson, mas a ingestão de grandes quantidades levam a fortes efeitos no sistema nervoso central e em outros órgãos do corpo.

2. O que os anticolinérgicos fazem no organismo?

 Essas substâncias têm a capacidade de bloquear (antagonismo competitivo) os receptores onde o neurotransmissor, acetilcolina, age. Os anticolinesterásicos, como a atropina e a escopolamina, agem mais especificamente em receptores chamados muscarínicos. Os seus efeitos, como a pupila dilatada, ocorrem devido ao bloqueio desse tipo de receptor.

Nos olhos, as pupilas ficam bastante dilatadas (midríase), o que causa embaçamento e "falta de foco" da visão. O coração bate mais rapidamente, a pele fica seca e avermelhada. Há também retenção urinária, aumento de temperatura, podendo ocorrer ataques convulsivos. Em alguns casos, a intoxicação pode levar à morte.

Os efeitos no sistema nervoso central são os de um processo alucinatório, podendo durar de um a três dias. As visões são geralmente de cenas horripilantes (animais, plantas, cadáveres). Visões agradáveis são raras.

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