Definição
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Perturbadores ou Alucinógenos sintéticos são substâncias fabricadas (sintetizadas) em laboratório, não sendo, portanto, de origem natural, e que são capazes de promover alucinações no ser humano. Vale a pena recordar um pouco o significado de alucinação: "é uma percepção sem objeto". Isto significa que, mesmo sem ter um estímulo (objeto) a pessoa pode sentir, ver, ouvir. Como exemplo, se uma pessoa ouve uma sirene tocando e há mesmo uma sirene perto, esta pessoa está normal; agora se ela ouve a sirene e não existe nenhuma tocando, então a pessoa está alucinando ou tendo uma alucinação auditiva. Da mesma maneira, sob a ação de uma droga alucinógena ela pode ver um animal na sala (por exemplo um elefante) sem que, logicamente, exista o elef! ante; ou seja, a pessoa está tendo uma alucinação visual. O LSD-25 (abreviação de dietilamina do ácido lisérgico) é, talvez, a mais potente droga alucinógena existente. É utilizado habitualmente por via oral, embora possa ser misturado ocasionalmente com tabaco e fumado. Algumas microgramas (e micrograma é um milésimo de uma miligrama que, por sua vez, é um milésimo de um grama) já são suficientes para produzir alucinações no ser humano. O efeito alucinógeno do LSD-25 foi descoberto em 1943 pelo cientista suiço Hoffman, por acaso, ao aspirar pequeníssima quantidade de pó num descuido de laboratório. Eis o que ele descreveu: "Os objetos e o aspecto dos meus colegas de laboratório pareciam sofrer mudanças ópticas. Não conseguindo me concentrar em meu trabalho, num estado de sonambolismo, fui para casa, onde ! uma vontade irresistível de me deitar apoderou-se de mim. Fechei as cortinas do quarto e imediatamente caí em um estado mental peculiar, semelhante à embriaguez, mas caracterizado por imaginação exagerada. Com os olhos fechados, figuras fantásticas de extraordinária plasticidade e coloração surgiram diante de meus olhos". O seu relato detalhado das experiências alucinatórias levou a uma intensa pesquisa desta classe de substâncias, culminando, nas décadas de 50 e 60, no seu uso psiquiátrico, embora com resultados pouco satisfatórios. O
MDMA (MetilenoDioxoMetAnfetamina), conhecido popularmente como ÊXTASE
foi sintetizado e patenteado por Merck em 1914, inicialmente como
moderador de apetite. É uma droga de uso relativamente recente e
esporádico no Brasil. Além de seu efeito alucinógeno, caracterizado
por alterações na percepção do tempo, diminuição da sensação de
medo, ataques de pânico, psicoses e alucinações visuais, provoca
efeitos estimulantes como o aumento da freqüência cardíaca, da pressão
arterial, boca seca, náusea, sudorose e euforia. Em resumo o MDMA
é a droga que, além de produzir alucinações, pode também produzir
um estado de excitação, o que é duplamente perigoso. Dado que este
produto é ainda pouco usado no nosso meio (e seus efeitos! psíquicos
não diferem muito dos do LSD) ele não mais será mencionado neste
folhetim. |
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O LSD-25 atua produzindo uma série de distorções no funcionamento do cérebro, trazendo como conseqüência uma variada gama de alterações psíquicas. A experiência subjetiva com o LSD-25 e outros alucinógenos depende da personalidade do usuário, suas expectativas quanto ao uso da droga e o ambiente onde ela é ingerida. Enquanto alguns indivíduos experimentam um estado de excitação e atividade, outros tornam-se quietos e passivos. Sentimentos de euforia e excitação ("boa viagem") alternam-se com episódios de depressão, ilusões assustadoras e sensação de pânico ("má viagem"; bode). LSD-25 é capaz de produzir distorções na percepção do ambiente --- cores, formas e contornos alterados--- além de sinestesias, ou seja, estímulos olfativos e táteis parrecem visíveis e cores podem ser ouvidas. Outro aspecto que caracteriza a ação do LSD-25 no cérebro refere-se aos delírios. Estes são o que chamamos: "juízos falsos da realidade", isto é, há uma realidade, um fato qualquer, mas a pessoa delirante não é capaz de avaliá-la corretamente. Os delírios causados pelo LSD costumam ser de natureza persecutória ou de grandiosidade. |
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Efeitos no resto do organismo O LSD-25 tem poucos efeitos no resto do corpo. Logo de início, 10 a 20 minutos após tomá-lo, o pulso pode ficar mais rápido, as pupilas podem ficar dilatadas, além de ocorrer sudoração e a pessoa sentir-se com uma certa excitação. Muito raramente tem sido descritos casos de convulsão. Mesmo doses muitos grandes do LSD não chegam a intoxicar seriamente uma pessoa, do ponto de vista físico. |
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O perigo do LSD-25 não está tanto na sua toxicidade para o organismo mas sim no fato de que, pela perturbação psíquica, há perda da habilidade de perceber e avaliar situações comuns de perigo. Isto ocorre, por exemplo, quando a pessoa com delírio de grandiosidade julga-se com capacidades ou forças extraordinárias, sendo capaz de, por exemplo: voar, atirando-se de janelas; com força mental suficiente para parar um carro numa estrada, ficando na frente do mesmo; andar sobre as águas, avançando mar a dentro. Há também descrições de casos de comportamento violento, gerado principalmente por delírios persecutórios como, por exemplo: o drogado atacar dois amigos (ou até pessoas estranhas) por julgar que ambos estão tramando contra ele. Ainda no campo dos efeitos tóxicos, há também descrições de pessoas que após tomarem o LSD-25 passaram a apresentar por longos períodos (o maior que se conhece é de dois anos) de ansiedade muito grande, depressão ou mesmo acessos psicóticos. O flashback é uma variante deste efeito a longo prazo: semanas ou até meses após uma experiência com LSD, a pessoa repentinamente passa a ter todos os sintomas psíquicos daquela experiência anterior e isto sem ter tomado de novo a droga. O flashback é geralmente uma vivência psíquica muito dolorosa pois a pessoa não estava procurando ou esperando ter aqueles sintomas, e assim os mesmos acabam por aparecer em momentos bastante impróprios, sem que ela saiba porque, podendo até pensar que está ficando louca. |
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O fenômeno da tolerância desenvolve-se muito rapidamente com o LSD-25; mas também há desaparecimento rápido da mesma com o parar do uso. O LSD-25 não leva comumente a estados de dependência e não há descrição de síndrome de abstinência se um usador crônico cessa o uso da droga. Todavia, o LSD-25, assim como outras drogas alucinógenas, pode provocar dependência psíquica ou psicológica, uma vez que a pessoa que habitualmente faz uso destas substâncias como "remédio para todos os males da vida", acaba por se alienar da realidade do dia-a-dia, aprisionando-se na ilusão do "paraíso na Terra". |
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Esporadicamente sabe-se do uso de LSD-25 no Brasil, principalmente por pessoas das classes mais favorecidas do país. Embora raramente, a Polícia apreende, vez por outra, partidas da droga trazidas do Exterior. O Ministério da Saúde do Brasil não reconhece nenhum uso do LSD-25 (e de outros alucinógenos) e proíbe totalmente a produção, comércio e uso do mesmo no território nacional. |
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Última atualização:
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Departamento de Psicobiologia - Unifesp/EPM Informatica Cebrid - Web |
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