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Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas |
PREVENÇÃO 7. Pesquisa diz que campanhas de prevenção às drogas são ineficientes.Tese de Mestrado de Arlene Lopes (PUC do Paraná); tese defendida no Departamento de Lingüística da usp, 2003. As primeiras campanhas de prevenção ao uso de drogas iniciaram-se em 1996, como iniciativa da Associação Parceria Contra Drogas, uma organização não-governamental norte-americana, que se instalava no Brasil. Naquele ano e no seguinte, vinte campanhas foram exibidas na televisão. Elas foram mais tarde analisadas por Arlene Lopes, professora de comunicação social da puc do Paraná, em sua pesquisa de mestrado pelo Departamento de Lingüística da usp, que resultou em dissertação defendida no dia 21 de abril de 2003. Por meio da análise discursiva e dos efeitos de sentidos na construção desses anúncios, a pesquisadora constatou que nenhuma das campanhas foi eficiente. Em sua pesquisa, Arlene focalizou sua atenção em vários elementos das campanhas, entre eles, as linguagens do meio televisivo, as relações simbólicas, a narração e o logotipo da campanha. Segundo ela, o discurso das campanhas é autoritário porque manipula por intimidação. "O enunciador coloca as drogas como o opositor da ordem social, o vilão que subverte o comportamento de indivíduos e, conseqüentemente, instala o caos na família, na comunidade e na sociedade como um todo", explica. A sociedade e a família foram os símbolos utilizados nas campanhas, apresentados como valores que devem ser preservados e defendidos para manter a ordem social. Não fez parte da pesquisa sugerir
alternativas a serem empregadas nas campanhas, pois o
objetivo era justamente propor reflexões e
análises das campanhas apresentadas em 1996 e
1997. "Gostaria de pedir às agências que levem a
coisa a sério, fazer [as campanhas] em cima de
pesquisas, estatísticas, dar informações
corretas: Por serem veiculadas pela televisão, as campanhas conseguem atingir grande parte da população brasileira.
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UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SÃO PAULO |
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