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Boletim CEBRID
Número 49 Julho, Agosto, Setembro 2003

Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas

PUBLICAÇÕES E EVENTOS CIENTÍFICOS

4. O leitor escreve!

Recebemos (e agradecemos) da colega Vaneide Araújo, Conselheira do Conselho Estadual de Mato Grosso do Sul, representante da Secretaria de Estado de Mato Grosso do Sul, o e-mail que abaixo transcrevemos:

"O CEBRID tem todo o meu respeito e admiração pelo trabalho que executa, por isso, sinto-me na obrigação de comentar sobre uma matéria que li no informativo de no 48 de 2003, item 9. Penso que quando vamos responder alguma pergunta sobre um assunto tão sério como drogas, e ainda por escrito, a brincadeira se torna perigosa. Posso ter me enganado na interpretação mas senti um tom de deboche na resposta que o CEBRID enviou para a pessoa que comentava sobre o site. `Oi bróter brigado por ceu e-mail. Mais nois num concorda co'ce não!' Primeiro isto pode afastar uma pessoa que procura um comentário ou resposta mas não tem um português correto, o que não vem ao caso. Depois, português incorreto e palavreado caipira são coisas diferentes. Segundo, o comentário se colocou num grau de superioridade tão grande que a distância entre ela e o indivíduo a quem interessava ficou km de distância, pois a pessoa comentou de uma experiência próxima, `uso para relaxar' (o que sabemos acontece, dependendo da pessoa e freqüência de uso; pensando desta forma, a pessoa que escreveu estaria correta). Neste sentido não houve esclarecimento por parte do CEBRID quanto ao perigo futuro na insistência do uso da maconha, pois o CEBRID se preocupou mais em mostrar que está correto e sua sintonia com as pesquisas estão em dia do que se ateve ao comentário que deveria fazer para o leitor."

Obs: item 2. Este relatório foi apresentado em 1970, portanto há 25 anos? Não seria 33 anos.

Nossa resposta:

Será que devemos nos desculpar?

Se a verdade dos fatos está na interpretação dada pela prezada Conselheira (veja a seguir, transcrito, o item 9 do Boletim no 48) então, fizemos uma tremenda grosseria e realmente devemos e queremos pedir desculpas ao missivista.

Mas não foi o que, pelo menos na ocasião, interpretamos pelos seguintes fatos: _ achamos provável que quem tem meios de se comunicar através de e-mail (e recebemos muitas centenas deles) teve e tem oportunidade de estudar o suficiente para dominar melhor a nossa língua (e não se trata aqui de não aceitar a gíria dos jovens de hoje); _ o missivista não fez perguntas ou pediu esclarecimentos; simplesmente (e de maneira arrogante) "seu site q é mó erado, vc tem q prestar mais atenção nas coisas q ouve e vê e tentar separar a verdade da mentira. se empenhe mais nas pesquisas, e ñ deixe os outros falar por vc)" emitiu sua opinião e nem sequer mostrou um laivo que fosse de dúvida; _ algumas das muitas correspondências que recebemos são, na realidade, verdadeiras "gozações", ou tentam ridicularizar todo o esforço dos técnicos do CEBRID. Foi neste sentido que, e achamos que corretamente, interpretamos o referido e-mail; _ procuramos esclarecer ainda, em parte ao menos, as afirmativas do missivista: "... quando se fala da maconha; que pode atrapalhar os estudos isso não tem nada a ver...". Esclarecemos, então, que a maconha realmente prejudica a memória e a aprendizagem.

Finalmente em relação à observação sobre o item 2, do nosso Boletim no 48 de 2003, o relatório Le Dain foi realmente apresentado em 1970 e, portanto, há 33 anos atrás. Entretanto, neste item 2 estávamos reproduzindo notícias publicadas em vários Boletins anteriores sobre o tema Descriminalização da Maconha, e transcrevemos na íntegra comentário do nosso Boletim no 21 de junho de 1995; naquele ano então o relatório fazia 25 anos.

Boletim 48 _ Item 9 (transcrição)

Recebemos um número bastante grande de correspondência; por ser ímpar, transcrevemos uma delas, ao tempo que também demos nossa resposta.

"seu site é da ora mais quando se fala de maconha; que pode atrapalhar os estudos isso ñ tem nada a ver por que cerveja é droga e é legualizada mais nem por isso é usada em horário de aula ou seja se a maconha fosse legalizada não tera esses problemas. _ eu ñ sou viciado mas uso pra relaxa de vez em quando, e tem muitas coisas no seu site q é mó erado, vc tem q prestar mais atenção nas coisas q ouve e vê e tentar separar a verdade da mentira. _ se empenhe mais nas pesquizas, e ñ deixe os outros falar por vc."

Nossa resposta: Oi bróder, brigado por ceu e-mail. Mais nois num concorda co'cê, não!

Mas deixando a brincadeira de lado, os trabalhos científicos do CEBRID foram e serão publicados em revistas científicas internacionais e já foram citados mais de 4.000 vezes em todo o mundo. Somos o Centro de Pesquisa reconhecido como de excelência pela Organização Mundial de Saúde, portanto, achamos que o nosso site não contém dados incorretos. E, aliás, as pesquisas no mundo todo, inclusive as nossas, mostram que até em ratos a maconha prejudica a aprendizagem e a memória (principalmente a chamada memória a curto prazo).

 


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
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