EPIDEMIOLOGIA
7. A síndrome silenciosa do idoso!
Um estudo que requer ponderação: Edwards, I. and Salib, E. “Silent Dependence Syndrome” in old age. International Journal of Geriatric
Psychiatry 14:
65-74, 1999.
Neste
estudo foram entrevistadas 25 pessoas idosas (de 60 a 87
anos) que vinham tomando opióides para dor crônica moderada
por, pelo menos, um ano. Essas pessoas foram escolhidas
ao acaso entre 1174 pacientes que utilizavam os seguintes
medicamentos: dextropro-poxifeno (62,5mg) mais paracetamol
(16 pacientes), codeína (8 a 30mg) ou dihi-drocodeína (10
a 30mg) (8 pacientes), ambos com paracetamol e um com tramadol.
Os pacientes
foram considerados como dependentes dessas drogas caso preenchessem
três dos cinco critérios, conforme exigido pela CID-10:
1) Compulsão (necessidade urgente do medicamento); 2) Perda
de controle (fissura, toma mais do que o recomendado, por
mais tempo do que pretendia; facasso em tentativa de parar
o uso; desejo de parar ou diminuir); 3) Sintomas de abstinência
(irritabilidade; inquietação; nervosismo; mau humor; ansiedade;
procura de outras substâncias para “compensar”); 4) Tolerância
(diminuição do efeito; aumento da dose); 5) Persistir no
uso (apesar dos efeitos colaterais; apesar de estar ciente
do perigo do uso continuado). Cerca de 40% dos pacientes
receberam a classificação de dependentes: sete (28%) pacientes
que tomavam dextropropoxifeno e três (10%) que receberam
as medicações à base de codeína.
Os autores
comentam que, na prática, o diagnóstico de dependência de
droga é feito apenas a pacientes que são encaminhados para
os serviços de saúde, muitas vezes, por suas famílias, por
terem um “problema de uso de droga”.
Ainda comentam
que a literatura científica sugere que o problema de dependência
não ocorre com os opiáceos fracos (como o propoxifeno e
a codeína) quando usados por curtos períodos, mas não existem
trabalhos analisando os efeitos a longo prazo desses opiáceos.
|