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Boletim CEBRID
Número 47 Janeiro a Março 2003

Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas

EPIDEMIOLOGIA

7. A síndrome silenciosa do idoso! Um estudo que requer ponderação: Edwards, I. and Salib, E. “Silent Dependence Syndrome” in old age. International Journal of Geriatric Psychiatry 14: 65-74, 1999.

Neste estudo foram entrevistadas 25 pessoas idosas (de 60 a 87 anos) que vinham tomando opióides para dor crônica moderada por, pelo menos, um ano. Essas pessoas foram escolhidas ao acaso entre 1174 pacientes que utilizavam os seguintes medicamentos: dextropro-poxifeno (62,5mg) mais paracetamol (16 pacientes), codeína (8 a 30mg) ou dihi-drocodeína (10 a 30mg) (8 pacientes), ambos com paracetamol e um com tramadol.

Os pacientes foram considerados como dependentes dessas drogas caso preenchessem três dos cinco critérios, conforme exigido pela CID-10: 1) Compulsão (necessidade urgente do medicamento); 2) Perda de controle (fissura, toma mais do que o recomendado, por mais tempo do que pretendia; facasso em tentativa de parar o uso; desejo de parar ou diminuir); 3) Sintomas de abstinência (irritabilidade; inquietação; nervosismo; mau humor; ansiedade; procura de outras substâncias para “compensar”); 4) Tolerância (diminuição do efeito; aumento da dose); 5) Persistir no uso (apesar dos efeitos colaterais; apesar de estar ciente do perigo do uso continuado). Cerca de 40% dos pacientes receberam a classificação de dependentes: sete (28%) pacientes que tomavam dextropropoxifeno e três (10%) que receberam as medicações à base de codeína.

Os autores comentam que, na prática, o diagnóstico de dependência de droga é feito apenas a pacientes que são encaminhados para os serviços de saúde, muitas vezes, por suas famílias, por terem um “problema de uso de droga”.

Ainda comentam que a literatura científica sugere que o problema de dependência não ocorre com os opiáceos fracos (como o propoxifeno e a codeína) quando usados por curtos períodos, mas não existem trabalhos analisando os efeitos a longo prazo desses opiáceos.


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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
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