11. Da Primeira Droga ao Crack.
Sanchez ZM e Nappo
SA, CEBRID _ Departamento de Psicobiologia _ UNIFESP, Trabalho
a ser apresentado no XIV Congresso da ABEAD, Gramado, 19 a
23 de setembro.
Objetivo: Identificar, entre usuários de
crack, uma progressão de drogas e seus interferentes.
Metodologia: Utilizou-se metodologia qualitativa para
uma investigação mais profunda, considerando o ponto
de vista que o entrevistado tem do fenômeno e toda a sua vivência
do problema. Entrevista de longa duração e questionário
semi-estruturado foram aplicados: "Proposeful
Sampling" foi delineada
e uma "Criterion Sampling" foi conseguida. Para atingir a saturação
teórica um número de 31 usuários e ex-usuários
de crack foram entrevistados.
Resultados e
Conclusões: Duas
fases distintas de uso de drogas foram detectadas. A primeira, com
drogas lícitas, sendo o cigarro e o álcool as mais
citadas, os parentes e amigos, os incentivadores e a necessidade
de auto-confiança foram o motivo alegado. A idade precoce
do consumo e o uso pesado de uma ou ambas as drogas são determinantes
para iniciarem uma escalada de drogas ilícitas, sendo a maconha
a primeira droga dessa segunda fase. Uma postura mais ativa de busca
da droga como fonte de prazer substitui o motivo anterior. O estudo
ainda reflete que a identificação de uma escalada
parece estar mais associada à decisões externas (pressões
de grupo, influência do tráfico, etc.) quanto à
droga utilizada do que à preferência do usuário.
Foram identificadas duas progressões diferentes: entre os
mais jovens (<30 anos), cigarro e/ou álcool, maconha,
cocaína aspirada e crack; e entre os mais velhos (>30
anos): cigarro e/ou álcool, maconha, medicamentos endovenosos,
cocaína aspirada, cocaína endovenosa e crack.
Agradecimentos
à FAPESP pela bolsa de iniciação científica
concedida. |