DEPARTAMENTO DE PSICOBIOLOGIA


BOLETIM CEBRID

CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS PSICOTRÓPICAS


Técnicos Responsáveis

Solange A. Nappo

E.A. Carlini

Número 19 - Dezembro/94


BOAS NOVAS

PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS

EVENTOS CIENTÍFICOS

EPIDEMIOLOGIA

MUNDO CÃO! MUNDO LOUCO!


BOAS NOVAS!

O CEBRID parece ter bons amigos e admiradores. A possibilidade de encerrar a publicação deste Boletim, tem merecido muitas cartas de apoio e de solicitação para resistirmos aos "maus tempos". Já temos pouco mais de 300 assinaturas para o Boletim. E agora recebemos mais dois apoios decisivos. A Autolatina desinteressadamente comu- nicou-nos que subvencionará totalmente (impressão mais postagens) dos cinco próximos números do Boletim, ou seja há agora garantias para até o nº 23 de Dezembro de 1995. E a Associação Médica Brasileira (AMB) também ofereceu espaço no Jornal da AMB (JAMB), que tem tiragem mensal de mais de 100.000 exemplares. Assim o Boletim CEBRID será reproduzido em colunas neste jornal.

Mas ainda estamos sem saber como fazer frente a todas as demais despesas decorrentes de muitas outras atividades nossas. Infelizmente, e com isso não concordaremos nunca, estamos sendo vítimas de um verdadeiro calote por parte do Ministério da Saúde. Este Ministério não saldou seus compromissos com o CEBRID.

Após 3 ex-secretários de Vigilância Sanitária daquele Ministério (Drs. Roberto Chabo, Ronan Tanus e João Geraldo Martinelli) terem reiteradamente solicitado os préstimos do CEBRID para a realização de importantes tarefas, um convênio foi celebrado para formalizar essa cooperação. Depois devidamente aprovado e assinado este documento foi extraviado no mínimo 3 vezes atrasando em muitos meses a liberação da verba. Quando esta finalmente foi paga, estava reduzida em mais de 90%, devido a inflação que sofreu durante todo o tempo que o convênio esteve "desaparecido". Com isso o Ministério da Saúde numa tentativa de minimizar seu erro e nosso prejuízo propôs um termo aditivo para pagar a diferença devida ao CEBRID.

Novamente, mesmo depois de aprovado, esse documento perambula pelo Ministério da Saúde durante meses em locais "incertos e não sabidos". Até que o atual Secretário Nacional de Vigilância Sanitária (que sucedeu o Dr. João Geraldo Martinelli), desconhecendo totalmente o passado do órgão que assumiu, e vindo de uma área distante, numa atitude coerente, delega a um elemento subalterno que opine sobre o assunto. Este elemento desonrando o compromisso anterior firmado pelos três Secretários anteriores assim como desrespeitando os pareceres de total aprovação ao CEBRID dos Drs. Luiz Mathias Flach, presidente do Conselho Federal de Entorpecentes, e do Dr. Domingos Sávio do Nascimento Alves, Diretor do Departamento de Assistência e Promoção à Saúde, simplesmente não dá o seu parecer. E assim até o presente (28/12/94) não sabemos o que acontecerá. Mas como dizem os crentes, "a Justiça tarda mas não falha", esperamos que com a nova gestão ministerial, os misteriosos "sumiços" deste Convênio sejam esclarecidos e finalmente a verba liberada ao CEBRID.

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PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS

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1. Epidemiology of Drug Abuse: Publicação do CEWG (Community Epidemiology Working Group), divisão do NIDA (National Institute on Drug Abuse), de Dezembro de 1993.

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Publicação trazendo os mais recentes dados sobre a epidemiologia do abuso de drogas em cidades americanas (Atlanta, Boston, Chicago, Denver, Detroit, Honolulu, Los Angeles, Miami, Minneapolis/Saint Paul, Newark, New Orleans, New York, Philadelphia, Phoenix, Saint Louis, San Diego, San Francisco, Seattle, Texas e Washington) e de alguns países (Canadá, China, Alemanha, Itália, Malásia, México, Rússia, Escócia, Espanha e Tailândia) além de relatórios especiais sobre populações específicas e programas de troca de seringas.

O relatório é dividido numa parte geral e um capítulo para cada uma das cidades ou países, contendo 520 páginas.

Para cópias da obra total ou de capítulos, dirigir-se ao CEBRID.

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2. Pesquisa do CEBRID: Produção científica brasileira sobre abuso de drogas: como está e para que serve. J.Bras. Psiq. 43(8): 423-427, 1994 (6 páginas).

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Este trabalho apresenta as características do material constante do Banco de Publicações Brasileiras sobre Abuso de Drogas Psicotrópicas do CEBRID. Atualmente o Banco conta com 1.639 publicações, dentre estas trinta e oito são teses de mestrado e de doutorado. Quarenta e quatro por cento da produção científica provém de São Paulo; Rio de Janeiro aparece em segundo lugar com vinte e dois por cento. Em relação ao conteúdo, observa-se que o álcool e a maconha são as drogas mais frequentes, sendo aspectos médicos e levantamentos (pesquisas epidemiológicas) os assuntos gerais mais explorados pela produção científica brasileira. Também foram analisadas as consultas ao Banco de Dados realizadas no período julho/1991 - julho/1993. Nesse período foram solicitadas 1.264 cópias de publicações, tendo sido observada uma grande diversidade do perfil dos solicitantes. As drogas de maior interesse foram lcool e Caapi e dentre os assuntos gerais, Adolescentes e Prevenção.

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3. Pinel, H. e col.: Estudo Comparativo entre o autoconceito e o uso de Tóxicos em adolescentes de "alta periculosidade". COREN- ES, pg. 4, Maio/94.

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Estudo de prontuários de 87 menores de Vitória, faixa etária de 14 anos, considerados judicialmente de "alta periculosidade" ou "alto risco".

Endereço para contacto com o Prof. Hiran Pinel:

- Centro Pedagógico - Departamento de Fundamentos em Educação e Orientação Educacional

- Universidade Federal do Espírito Santo

- Av. Fernando Ferrari, s/nº, Goiabeiras, Vitória, ES.

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4. Publicações da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde: "Normas e Procedimentos na Abordagem do Alcoolismo" (61 páginas) e "O uso de Psicofármacos na Clínica (51 páginas).

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Recebemos, respectivamente, 10 e 100 exemplares das obras acima. São livros escritos dentro de uma perspectiva de orientação prática aos profissionais que lidam nesta área. Material extremamente útil.

Parabéns à Coordenação de Saúde Menatl do Departamento de Assistência e Promoção à Saúde, pela brilhante iniciativa.

Nota: Para exemplares das obras citadas acima dirigir-se ao CEBRID - Depto. de Psicobiologia, Escola Paulista de Medicina, Rua Botucatu, 862 - 1º Andar, CEP 04023-062 - São Paulo - SP.

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EVENTOS CIENTÍFICOS

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5. A Carta de Belo Horizontes: I Congresso Brasileiro de Prevenção ao Uso de Drogas - O desafio da Droga no Limiar do Século XXI", Belo Horizonte, Agosto 1994. (7 páginas).

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Congresso realizado em Belo Horizonte, com 3 dias de intensas atividades e presentes mais de uma centena de profissionais brasileiros da área (prevenção/educação, repressão, tratamento). Presentes embaixadores dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Inglaterra e Itália, além de representantes da ONU.

Foi elaborada uma carta de princípios que foi entregue aos candidatos a Presidência da República (em Agosto de 1994). A carta de Belo Horizonte aborda os seguintes itens: 1) A Legislação vigente; 2) Aplicação rigorosa das leis atualmente existentes; 3) Reforçar as ações da Secretaria Nacional de Entorpecentes; 4) Implantação imediata de programas educativos nas Escolas; 5) Apoio governamental a projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional; 6) Intercâmbio internacional; 7) Relação AIDS/Abuso de drogas; 8) Liberação ou descriminalização de drogas; 9) Drogas legais: álcool, tabaco e medicamentos; 10) Tratamento, recuperação e reintegração social.

Cópias da Carta de Belo Horizonte poderão ser obtidas do CEBRID ou diretamente do Presidente do I Congresso, Deputado José Elias Murad, Palácio dos 3 Poderes, Câmara dos Deputados, Gabinete 341, CEP 70160-500 - Brasília, DF.

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6. Reunião na Organização Mundial da Saúde (17 a 21/10/94) sobre a Fundação MENTOR - uma nova organização na prevenção ao abuso de drogas entre adolescentes

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A Fundação MENTOR - Fundo de Prevenção ao Abuso de

Substâncias entre jovens - foi formalmente criada em Maio passado, quando a Vossa Majestade Rainha da Suécia anunciou sua fundação diante dos 189 países que compõem a Assembléia Mundial de Saúde, das Nações Unidas.

Fundado por um grupo de personalidades internacionais, MENTOR é uma organização privada, apolítica e secular, que obedece a legislação federal suíça e trabalha em estreita colaboração com a Organização Mundial da Saúde. Os objetivos da fundação são identificar, promover, pesquisar, desenvolver, apoiar, replicar e divulgar atividades e metodologias de prevenção ao abuso de substâncias entre crianças e adolescentes de todo o mundo. A Fundação MENTOR encara o abuso de substâncias primordialmente como um problema social e de saúde, e pretende abranger na sua prática as drogas lícitas e ilícitas, incluindo heroína e cocaína mas também solventes, medicamentos e álcool.

Entre os dias 17 e 21 de outubro, a MENTOR, em conjunto com a OMS, reuniu em Genebra 14 especialistas internacionais na área de prevenção ao abuso de drogas entre adolescentes. A reunião desses especialistas visou assistir a Fundação na identificação das lacunas de conhecimento e atividades na área, definição das prioridades de investimento, delineação de critérios para selecionar projetos e instituições a serem apoiados, entre outros. Beatriz Carlini-Cotrim, pesquisadora do CEBRID, Escola Paulista de Medicina e bolsista de pós-doutoramento no exterior pelo CNPq, foi uma das integrantes deste grupo de especialistas.

Esse processo de trabalho resultou em um documento que entre vários outros pontos, recomenda que a prevenção ao abuso de drogas entre os jovens seja uma prática inserida num contexto de promoção da saúde, baseada em achados científicos e avaliações sistemáticas das práticas desenvolvidas e calcada na participação da comunidade e dos próprios jovens no processo de prevenção. O documento integral, redigido em Inglês, está no processo de edição final. Para os interessados em mais detalhes, contatar Beatriz Carlini Cotrim, Boston University, School of Public Health, Social and Behavioral Sciences Departament, 85 East Newton Street, 02118, Boston Massachusetts, USA.

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7. I Simpósio da LASBRA (Latioamerican Society for Biomedical Research on Alcoholism

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Realizou-se em Santiago, Chile, o I Simpósio da Sociedade Latino Americana de Pesquisa em Alcoolismo. O simpósio principal foi sobre genética e epigênese do alcoolismo, trazendo pesquisadores internacional-mente reconhecidos, incluindo: John Crabbe (Portland, Oregon), Ernest Noble (Los Angeles, California), Adron Harris (Presidente da Sociedade Americana de Pesquisa em Alcoolismo (RSA), Harold Kalant (ex presidente da ISBRA), Jorge Mardones (Chile), Maristela Monteiro (Brasil), Juan Carlos Molina (Argentina) e Lutske Tambpier (Chile).

Posters foram também apresentados. Finalmente houve uma mesa redonda sobre avaliação de tratamento do alcoolismo, com a presença de Saul Pacurucu (Cuenca, Ecuador, Miguel Belascuain (Cordoba, Argentina) e Alfredo Pemjean (Santiago, Chile), com o Dr. Jorge mardones como moderador.

O simpósio foi de alta qualidade técnica e mostrou que os pesquisadores latino americanos não deixam nada a dever aos demais. Atividades estão sendo planejadas para 1995 no Brasil, em 1996 na Argentina, e em 1997 no Chile.

Os estatutos da LASBRA foram redigidos por membros da diretoria provisória e deverão ser aprovados no próximo simpósio em 1996, na Argentina. Nesta ocasião, os membros ativos (que estiverem em dia com o pagamento da anuidade) serão os membros fundadores da sociedade.

Iniciamos o processo de aceitação de membros para a sociedade. Basta enviar o currículo (em português, espanhol ou inglês) e duas cartas de recomendação, vindas de uma das seguintes pessoas, que formam a diretoria provisória da LASBRA:

Maristela G. Monteiro (São Paulo, Brasil)

Jorge Mardones (Santiago, Chile)

Juan Carlos Molina (Cordoba, Argentina)

Raul Caetano (Berkeley, Califórnia)

Harold Kalant (Toronto, Canada)

Gloriza Canino (Porto Rico)

Elvia Velasquez de Pabon (Colômbia)

Os currículos serão analisados por uma comissão de nomeação para aprovação.

Para os candidatos a membros ativos ou cooperadores, a filiação custará US$ 50 anuais, e para estudantes US$ 15. O pagamento desta taxa só será feito após aceitação pela sociedade, quando serão enviados detalhes de conta bancária, etc.

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EPIDEMIOLOGIA

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8. Associação entre uso de maconha e esquizofrenia (Allebeck e col.: Cannabis and Schizophrenia: a longitudinal study of cases treated in Stockholm county. Acta Psychiatrica Scandinavica 88: 21-24, 1993).

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Foram analisados os prontuários de todos os casos entre 1971- 1983 de pacientes que tinham história de dependência de maconha e psicose, embora não necessariamente na mesma ocasião. Nestes 13 anos foram identificados 112 casos de pacientes que preenchiam critério de esquizofrenia pela DSM-III-R. A maioria destes tinham sintomas positivos da doença, que apresentava-se com início súbito, em 69% dos casos havia o registro de consumo pesado de maconha pelo menos um ano antes do início dos sintomas psicóticos. Segundo os autores: os dados dão suporte adicional à hipótese de que o abuso de cannabis é um fator de risco para a esquizofrenia".

Nota dos Técnicos do CEBRID: foram 112 casos registrados em 13 anos; ou seja muito poucos. Mas é importante levar em conta que cada vez mais avolumam-se indicações de que o uso pesado de maconha pode desencadear psicoses em indivíduos com predisposição à doença.

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9. Tratamento de Dependentes em Belo Horizonte

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Recebemos da ABRAÇO (Associação Brasileira Comunitária e de Pais para Prevenção do Abuso de Drogas) o relatório das atividades durante o mês de Junho do corrente ano. Durante estes 30 dias foram atendidos 76 pacientes ou familiares de pacientes para orientação, num total de 185 consultas realizadas. Entre os pacientes 52 eram do sexo masculino e 22 do feminino. Quatorze eram menores de 18 anos, 25 tinham entre 18 a 30 anos.

Neste mesmo período foram proferidas 21 palestras sobre educação/prevenção, atingindo cerca de 2.000 pessoas, entre alunos, pais e professores.

Em tempo: recebemos também o relatório do mês de Novembro de 1994. Neste mês foram atendidos 74 pacientes e proferidas 12 palestras.

Cópias dos relatórios (13 páginas) podem ser obtidas do CEBRID.

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10. O prejuízo das drogas legais

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Do Boletim Drogas e Sociedade, ano I, nº 4, 1994 reproduzimos a notícia abaixo.

"Um grande funcionário do Programa das Nações Unidas para o Controle Internacional de Drogas (UNDCP) afirmou, em um seminário realizado recentemente em São Paulo, que "as drogas legais, em termos absolutos, são mais prejudiciais do que as substâncias sob controle internacional" Aldo Lale-Demoz, chefe do escritório latino-americano do UNDCP, disse que, entre estas drogas legais, estão "a nicotina, os inalantes, os solventes e medicamentos mal-administrados", como os calmantes e os moderadores do apetite.

O Foro de Especialistas sobre a Redução do Uso Indevido de Drogas na América Latina teve lugar na sede do Parlamento Latino- Americano e reuniu representantes de 17 países e agências internacionais, com os objetivos de trocar experiências e de buscar novos métodos e estratégias de atuação, incluindo formas de cooperação regional no combate ao tráfico e ao uso/abuso de drogas. Lale-Demoz assinalou que, "além da disputa entre os representantes da lei e os traficantes, a problemática das drogas é sobretudo, um gravíssimo desafio mundial, no campo do desenvolvimento humano".

Esta visão do problema - que, em sua opinião, vem-se generalizando em toda a América Latina - se reflete na crescente quantidade e na amplitude de pedidos de assistência técnica não só ao UNDCP como a outras agências das Nações Unidas que operam em áreas afins. Há três anos, quando de sua criação, o UNDCP destinava 86% do seu orçamento regional a programas de controle da oferta de drogas na região andina. Segundo Lale-Demoz, hoje, esse índice baixou para 55%. Além disso, aproximadamente 30% de todos os recursos financeiros com que o UNDCP opera (porcentagem que representa cerca de 110 milhões de dólares) são direcionados, atualmente "para os projetos de pesquisa, de vigilância epidemiológica, prevenção, tratamento e recuperação de jovens dependentes", destacou.

Lale-Demoz enfatizou que, a despeito dos esforços nacionais, regionais e internacionais tanto a produção e o tráfico quanto o abuso de drogas e a lavagem do dinheiro proveniente do narcotráfico estão em franca expansão na América Latina. Segundo ele, "a reversão desta situação é possível. Mas dependerá em grande medida, do êxito das atuais políticas de redução da demanda para as drogas e de controle da lavagem desse dinheiro em muitos dos países em que há um grande mercado consumidor e nos principais centros financeiros que, no entanto, se localizam fora da região latino-americana".

Ele fez questão de enfatizar que, ao contrário do que se poderia supor, "isto não reduz a responsabilidade nacional e regional de incrementar o controle das drogas, porque o seu tráfico e abuso afetam não apenas as instituições democráticas, a ordem, a segurança da sociedade e o império da lei, mas também os aspectos relacionados ao desenvolvimento humano, como a saúde coletiva e a educação", finalizou.

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MUNDO CÃO! MUNDO LOUCO!

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11. Tabaco: propaganda adoidada!

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Da interessante publicação Atualidades em Tabagismo vol. 3 nº 3, 3º trimestre de 1994, editada pelo Instituto Nacional do Câncer - Ministério da Saúde, reproduzimos o seguinte trecho:

"Uma advertência às campanhas antitabaco americanas! Um artigo recente no jornal Boston Globe enfoca a exploração do mercado asiático pela indústria do tabaco americana. Nos anos 80 o representante de negócios dos EUA tratou de abrir agressivamente as portas do mercado asiático aos cigarros americanos. O Dr. Jatai, presidente do Instituto de Pesquisa em Saúde da Tailândia, denuncia que enquanto os órgãos oficiais de saúde nos EUA desenvolvem ações para diminuir o número de fumantes no país, seus representantes do setor econômico forçam o resto do mundo a comprar seus cigarros, classificando de hipócrita este comportamento.

O patrocínio de eventos esportivos e culturais está predominando como forma de propaganda na sia e em outros pontos do mundo. A indústria está levando para outros países asiáticos táticas pioneiras utilizadas nos mercados internos de seus países, para burlar os regulamentos estabelecidos oficialmente e pretende criar um vínculo entre vida saudável e cultura com o uso do tabaco. Hong Kong chega a ter um show na TV chamado Marlboro Red Hot Hits - mesmo com a publicidade do tabaco proibida desde 1990. (IATH - Ago/94)".

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