Monitorização

Medida do débito cardíaco por termodiluição

           O método de termodiluição é a técnica mais utilizada para a medida do débito cardíaco. Este método foi descrito pela primeira vez em 1954 por Fegler, mas foi utilizado na prática com o desenvolvimento do cateter de artéria pulmonar.

            Neste método, o "indicador" é a solução resfriada. Uma quantidade conhecida da solução indicadora, que no caso é mais fria que o sangue, é injetada na via proximal do cateter de Swan Ganz. 

            A solução indicadora é introduzida rápida e continuamente em um bolus no átrio direito (via proximal). Este bolus passa pelo ventrículo direito e é injetado até a artéria pulmonar. A temperatura de base do paciente é estabelecida e apresentada pelo computador antes da injeção. Durante a medida, a temperatura do sangue misturado com a solução indicadora é identificada pelo sensor (termistor) localizado próximo a via distal e apresentada pelo computador.

 

 

                      

             Forma-se uma curva através do diferencial da temperatura, onde temos o tempo do sangue resfriado na horizontal e a temperatura na vertical. O volume do débito cardíaco é inversamente proporcional a área formada pela curva. O resultado do débito cardíaco é apresentado de forma digital na tela do monitor.

 

            Para a realização desta técnica, é necessário seguirmos alguns passos na montagem do sistema de injeção e consequentemente, na realização da medida: 

 

      1° Passo:

  • Reuna o material:

- Solução salina (250ml ou 500ml)

- equipo/dânula

- seringa de 10 ml

- Sistema para resfriar: se o ambiente for resfriado, a solução pode permanecer na temperatura do local. Caso não seja, a solução deve ser colocada em um recipiente para ser resfriada.

         

- Cabo de conecção do débito cardíaco no monitor

- Termômetro entre a solução e o monitor

- Selecionar a constante no monitor de acordo com o cateter e temperatura utilizados

      2° Passo:

  • Monte o sistema:

          - A solução injetável deve estar conectada a um equipo todo preenchido. Na sua extremidade deve ser colocado a dânula e a seringa de 10 ml.

             - Conecte o cabo no monitor e no cateter.

          - Conecte o termômetro no monitor e na solução (o mais próximo do cateter).

             - Verifique a constante no monitor e o exigido pelo cateter, o volume a ser injetado e a temperatura. Estes valores são preconizados pelo fabricante.

 

      3° Passo:

  • Realizar a medida:

- Abra a dânula entre o injetável e a seringa

- Encha a seringa até a quantidade designada (5 ou 10ml)

- Verifique se não há ar na seringa e certifique novamente o volume na seringa (deve ser preciso)

- Para certificar que o cateter está locado, verifique a curva da PAP na via distal do cateter. O débito cardíaco só poderá ser medido se estiver no local correto

- Abra a dânula da seringa para o cateter de forma que a solução entre pelo cateter

- Apóie a seringa seguramente e injete rapidamente (até 4 segundos), de forma contínua

- Realize três medidas consecutivas, sendo utilizado a média destes valores, diminuindo as variações decorrentes de erros na forma de injetar.

- Observe no monitor depois de cada injeção.

- Observe a mudança na temperatura.

- Avalie as curvas do débito cardíaco, pois elas informarão a acurácia das medidas

- Despreze as curvas que são irregulares.(Fatores que podem interferir na acurácia das medidas do débito cardíaco)

            Para um melhor entendimento, visualize as etapas da medida do débito cardíaco:

Veja também: Débito Cardíaco Contínuo