Estrutura física

A SRPA deve está localizada próximo ao centro cirúrgico, facilitando o transporte do paciente, atendimento do cirurgião, anestesiologista e enfermagem, bem como o retorno rápido do paciente à sala de operação se for necessário. Esta sala deve ter estrutura física adequada para promover uma assistência de enfermagem e médica apropriada com boa iluminação, fácil limpeza, instalações elétricas, equipamentos que favoreçam a monitorização dos sinais do paciente, além de saída de oxigênio, ar-comprimido e vácuo caso seja necessário sua utilização. O número de leitos da SRPA pode ser igual à quantidade de sala de cirurgia mais dois leitos. (45)

A Resolução - RDC nº50, de 21 de fevereiro de 2002 se refere a SRPA como Área de Recuperação fazendo parte da unidade funcional de apoio ao diagnóstico e terapia inserida no centro cirúrgico e centro obstétrico. Seu dimensionamento, onde deve conter uma SRPA por centro, deve ter uma dimensão mínima contendo duas macas, com distância entre estas igual a 80 centímetros, entre macas e paredes, exceto cabeceira, igual a 60 centímetros e com espaço suficiente para manobra da maca junto ao pé desta. O número de macas deve ser igual ao número de salas de cirurgia +1. No caso de cirurgias de alta complexidade, a recuperação pode se dá diretamente na UTI. Nesse caso, o cálculo do número de macas deve considerar somente as salas para cirurgias menos complexas.

Quanto à instalação a SRPA deve conter água fria (HF), oxigênio canalizado ou portátil (FO), ar comprimido medicinal canalizado ou portátil (FAM), ar condicionado (AC), vácuo clínico canalizado ou portátil (FVC), sistema elétrico de emergência (EE), sistema elétrico diferenciado dos demais (ED).

Em centro obstétrico (partos cirúrgicos e normais), a SRPA segue as mesmas especificações do centro cirúrgico, exceto o número de macas que deve ser igual ao número de salas de parto cirúrgico.

Em relação ao dimensionamento, quantificação e instalações prediais da SRPA, esta está inserida em diversos ambientes hospitalares conforme tabela abaixo:

A estrutura física da SRPA é muito semelhante a do centro cirúrgico que deve conter corredores com largura mínima de 2,00 m, as portas devem possuir dimensões mínimas de 1,20 x 2,10 m com maçanetas do tipo alavanca ou similares. (27,45)

Os materiais adequados para revestimento de paredes, pisos e tetos devem ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes. A junção entre o rodapé e o piso deve ser de forma a permitir a completa limpeza do canto.(28)

Devem ser sempre priorizados para as áreas críticas e mesmo nas áreas semicríticas, como a SRPA, materiais de acabamento que tornem as superfícies monolíticas, com o menor número possível de ranhuras ou frestas, mesmo após o uso e limpeza freqüente. (27)

O ideal é que não deve haver tubulações aparentes nas paredes e nos tetos e caso não sejam embutidos, devem ser protegidos em toda a sua extensão por um material resistente a impactos, à lavagem e ao uso de desinfetantes. (28)

O uso de divisória removível nas áreas semicríticas só pode ser utilizado se for, também, resistente ao uso de desinfetantes e a lavagem com água e sabão.

Como já foi dito anteriormente, a SRPA faz parte do bloco cirúrgico ou centro obstétrico e é necessário que a estrutura física contemple vestiários, banheiros/sanitários. Os vestiários têm de ser quantitativamente suficientes em relação à capacidade de atendimento dessas unidades, devendo ser exclusivos, dotados de lavatório(s) e de área de paramentação, além de chuveiros (centro cirúrgico e centro obstétrico), vaso sanitário (centro cirúrgico, centro obstétrico, CME e hemodinâmica), e servirem de barreira ao acesso a estes ambientes. É necessário possuírem áreas limpa e suja estanques, assim chamadas por abrigarem funcionários, equipamentos e roupas em contato ou não com material contaminado e com entradas e saídas distintas. (27)

O arsenal para acondicionamento de materiais esterilizados pode ser o mesmo do centro cirúrgico ou um exclusivo da SRPA.

Para lavagem das mãos é recomendado a existência de lavatórios exclusivo. Devendo possuir pouca profundidade e formatos e dimensões variadas inserido em bancadas ou não. Estes lavatórios devem possuir torneiras ou comandos do tipo que dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água com dispensação de sabão líquido degermante, além de recursos para secagem das mãos. Já que na SRPA ocorre a execução de procedimentos invasivos, cuidados a pacientes críticos e/ou manuseio de dispositivos invasivos tais como cateteres e drenos pela equipe de assistência, deve existir, além do sabão citado, provisão de anti-séptico junto as torneiras de lavagem das mãos. (27)

Os Estabelecimentos Assistenciais de Saúde - EAS de uma forma geral devem ter sistema de emergência de energia devido a existência de diversos equipamentos eletro-eletrônicos de vital importância na sustentação de vida dos pacientes, quer por ação terapêutica quer pela monitoração de parâmetros fisiológicos. (27)

Em relação as instalações fluido-mecânicas, a SRPA deve constar de gases medicinais como oxigênio, ar comprimido e óxido nitroso; vácuo. Na SRPA e na sala de indução anestésica, deve ter uma saída de oxigênio, uma saída de vácuo clínico e uma saída de ar comprimido medicinal por cada leito respectivamente.

Ainda segundo a RDC N.º50/2002, a sinalização de enfermagem é um sistema de sinalização luminosa imediata entre o paciente interno e o funcionário assistencial (médico e enfermeiro). O sistema interliga cada leito, sanitário e banheiro das diversas unidades e ambientes em que está presente o paciente interno, com o respectivo posto de enfermagem que lhe dá cobertura assistencial, como na sala de indução anestésica e sala de recuperação pós-anestésica dos centros cirúrgicos e obstétricos.